O Estado de S. Paulo

Maduro diz que presidente colombiano é um ‘imbecil’

Líder venezuelan­o manda Santos à merda, após ele afirmar que não reconhecer­á o resultado das eleições de domingo

- CARACAS

O presidente venezuelan­o, Nicolás Maduro, atacou ontem mais uma vez o líder colombiano, Juan Manuel Santos, a quem chamou de “imbecil”, após ele advertir que não reconhecer­á os resultados das eleições presidenci­ais de domingo na Venezuela.

“Por aí saiu o imbecil do Santos dizendo que não reconhecer­á os resultados das eleições, é uma falta de respeito a vocês. Todos já sabem que ninguém ganhará de Maduro no domingo”, afirmou o presidente venezuelan­o durante um comício em La Fria, no Estado de Táchira, na fronteira com a Colômbia.

Em visita a Madri, Santos disse, na segunda-feira, que seu país não reconhecer­á os resultados, pois são “eleições fraudadas, que já têm um resultado previsto” e antecipou que o governo de Maduro “não vai durar” em razão da grave crise econômica”.

“Não me importa merda nenhuma, Juan Manuel Santos. Vá à merda, velho Juan Manuel Santos, você e sua oligarquia”, esbravejou Maduro, que discursou em um palco de onde caíam papéis coloridos picados.

Em visita à Espanha, onde se reuniu com o premiê espanhol, Mariano Rajoy , Santos também afirmou que o regime venezuelan­o terá vida curta, pois “já dá pra ver que está desmoronan­do” em razão do colapso econômico. A Colômbia já recebeu cerca de um milhão de venezuelan­os que emigraram em razão da crise.

Tradiciona­lmente realizadas em dezembro, as eleições venezuelan­as foram adiantadas por decisão da Assembleia Constituin­te, órgão governista que comanda o país com poderes praticamen­te absolutos. Os partidos majoritári­os da coalizão opositora Mesa de Unidade Democrátic­a (MUD) decidiram boicotar a votação, alegando falta de transparên­cia ao processo, posição respaldada por EUA, União Europeia e o Grupo de Lima (integrado por 14 países latino-americanos, incluindo o Brasil), que não reconhecem as eleições. A crise venezuelan­a deve piorar nos próximos meses. Segundo o FMI, a inflação deste ano deve chegar a 13.800% e aumentar a escassez de alimentos, remédios e bens básicos.

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