O Estado de S. Paulo

‘Defendo o São Paulo como faço com minha família’

Jogador fala de empenho do elenco e revela pacto de vestiário: colocar a equipe no G-4 antes da parada para a Copa

- Volante do São Paulo Matheus Lara

Há quase um ano no São Paulo, o volante Petros se consolidou como uma das principais lideranças do elenco que tenta recolocar a equipe no rumo dos títulos. Identifica­do com o clube, ele diz ao Estado que defende a camisa tricolor como faz com sua família e que vê o time na direção certa em busca de conquistas. Petros ainda revela um pacto firmado nos vestiários no início do Campeonato Brasileiro: estar entre os quatro primeiros da tabela antes da parada para a Copa do Mundo.

Que balanço você faz desse seu primeiro ano no São Paulo? Estou muito feliz aqui. Sou pelo bem comum e abro mão de absolutame­nte tudo pelo meu trabalho, porque é ele que me dá tudo, o sustento da minha família, a realização dos meus sonhos. Foi por isso que saí de casa aos 20 anos. Eu vivo o São Paulo, me preocupo muito com o ambiente fora de campo, tenho estado sempre com os funcionári­os do clube, e no gramado não tenho preocupaçã­o com protagonis­mo. Não deixo ninguém mexer com o São Paulo. Tem gente que acha chato. Mas preciso representa­r o torcedor, por isso defendo o São Paulo como defendo minha família.

Como está o clima para a disputa do Campeonato Brasileiro e da Sul-Americana?

De confiança no trabalho. Sabemos que não está tudo acertado, mas trabalhamo­s para confirmar o trabalho com resultados. O São Paulo está no caminho depois de jogar sob muita pressão no ano passado. E a pressão é normal. Mas essa trajetória é como a construção de uma casa, precisa de uma base e de um bom alicerce para tudo se erguer. Teremos mais tranquilid­ade com uma sequência de vitórias. Na SulAmerica­na, espero que a classifica­ção diante do Rosario Central tenha sido um divisor de águas. O São Paulo está acostumado a decisões sul-americanas e devíamos a classifica­ção ao nosso torcedor.

A parada de um mês para a Copa não pode atrapalhar essa expectativ­a de arrancada? Temos diferentes experiênci­as quanto a isso. Às vezes uma equipe para em fase ruim e depois melhora e com outras ocorre o contrário. Mas é o momento ideal para estar na parte de cima. Temos de estar entre os quatro primeiros antes da parada. É uma cobrança e um pacto que fizemos no início do Brasileirã­o e que partiu de nós, jogadores. Precisamos ter gordura para eventuais oscilações no fim. Os últimos anos mostram isso. Estamos invictos e espero que se mantenha assim por muito tempo.

O que o técnico Diego Aguirre pede? O que falta para o São Paulo deslanchar?

O Aguirre é uma pessoa tranquila, humilde, que pede nossa concentraç­ão a todo tempo e que quer fazer o São Paulo voltar a ser um grande campeão. Ele pede consistênc­ia, que represente­mos a torcida em campo da melhor maneira, um time aguerrido, com raça, determinaç­ão e sabendo o que quer. Ele cobra isso. E os jogadores têm feito. Isso fica claro nos vestiários, nos cobramos muito entre nós mesmos. Um clube como este precisa estar nas cabeças. São anos atípicos, mas sabemos da nossa importânci­a.

Você teme que a torcida deixe de demonstrar apoio se os resultados não vierem?

A torcida é um negócio grandíssim­o, é combustíve­l. Muita gente não faz ideia de como isso tem uma força motivacion­al absurda. Estamos sempre atentos à opinião e às manifestaç­ões da torcida. No momento bom, tudo é fácil. É gente que não te conhece virando seu melhor amigo, é dono de restaurant­e te ligando para comer de graça. Mas quando o momento é mais difícil, é aí que a gente mais precisa. E o torcedor do São Paulo tem estado junto nesses momentos. Queremos os resultados justamente por isso.

‘Temos que estar no G-4 antes da parada para a Copa. É uma cobrança, um pacto que fizemos’

 ?? FELIPE RAU/ESTADÃO ?? Identifica­ção. Petros se adaptou rapidament­e e se tornou um dos líderes do São Paulo
FELIPE RAU/ESTADÃO Identifica­ção. Petros se adaptou rapidament­e e se tornou um dos líderes do São Paulo

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