O Estado de S. Paulo

No Peru, Guerrero afirma ser inocente e ataca federação

Atacante volta ao seu país após anúncio de suspensão que o tirou da Copa. Uma multidão foi recebe-lo no aeroporto

- LIMA

Um dia depois do baque pelo anúncio da suspensão de 14 meses, que o tirará da Copa do Mundo, Paolo Guerrero desembarco­u ontem em Lima, no Peru. O atacante do Flamengo voltou para o país e recebeu também o carinho da torcida peruana, que compareceu em peso ao Aeroporto Internacio­nal Jorge Chávez para recepcioná-lo.

Na segunda, a Corte Arbitral do Esporte (CAS) acolheu o recurso interposto pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) contra a decisão emitida pelo Comitê de Apelação da Fifa e decidiu aumentar a suspensão do jogador de seis para 14 meses pelo uso de doping. Impedido de atuar até janeiro do ano que vem, Guerrero viu cair por terra o sonho de disputar sua primeira Copa.

Mas o atacante não recuou na alegação de inocência. Pelo contrário, voltou a afirmar ontem que não fez nada de errado. “Há algo que está claro: sou inocente e tenho que seguir tentando provar. Estou conversand­o com meus advogados”, declarou. “Estou triste, mas vim aqui mostrar a cara, já que estavam especuland­o muitas coisas, de muitas pessoas. Isso é uma injustiça comigo, já avisei. Estão me tirando da Copa do Mundo. Mais do que isso, é minha carreira no futebol. Estou agradecido ao público. Hoje, vim para demonstrar o meu carinho pelas pessoas que me apoiam”, comentou o atacante.

Guerrero testou positivo para uso de benzoilecg­onina em exame realizado depois do empate por 0 a 0 entre Argentina e Peru, em Buenos Aires, no mês de outubro. Em dezembro, a Fifa aceitou a tese de que o atacante tinha ingerido um chá contendo a substância e, portanto, aplicou seis meses de suspensão, levando em consideraç­ão que a sanção mínima seria de um ano se não tivesse havido negligênci­a.

A Agência Mundial Antidoping, no entanto, entrou com um recurso e solicitou que Guerrero fosse suspenso por um período entre um e dois anos. Na decisão definitiva, que não cabe mais recurso, o peruano

foi suspenso por 14 meses.

Diante deste cenário, Guerrero atacou a Federação Peruana de Futebol (FPF). “Não me ajudou em nenhum momento.” O jogador ainda criticou a rede de hotéis Swissotel, onde ele alegou ter ingerido o tal chá que estaria contaminad­o, por não ajudá-lo na defesa. “O Swissotel me deu as costas. Só queria saber a verdade. Ainda enviou uma carta à Wada, e isso resultou na minha punição”, alegou.

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