O Estado de S. Paulo

EM SÃO PAULO, DÓLAR TURISMO SUPERA OS R$ 4

Cotação da moeda americana em relação ao real disparou este ano, assustando os viajantes

- Renato Jakitas

Omercado de câmbio viveu ontem mais um dia de pressão no Brasil. Ao longo do dia, a cotação da moeda americana negociada à vista chegou muito perto do patamar de R$ 3,70 para operações envolvendo empresas, bancos e governos. No fim do pregão, o ativo recuou e fechou em R$ 3,66, alta de 0,99%.

Para o consumidor final, porém, o dólar turismo ultrapasso­u a casa dos R$ 4 em São Paulo. Para quem optou por levar o dinheiro em um cartão de viagem (cartão pré-pago), a moeda teve cotação média de R$ 4,015, segundo levantamen­to realizado pelo site Meu Câmbio.

Para o dado, a startup levou em conta a média de preços em cinco casas de câmbio (Melhor Câmbio, Confidence Câmbio, Cotação, Getmoney e Novo Mundo) incluindo 6,38% de Imposto sobre Operações Financeira­s (IOF), que é quanto se paga por operações de câmbio no cartão.

Quem optava por comprar a moeda em espécie pagava em média R$ 3,80 nas mesmas casas de câmbio. A diferença entre o preço da moeda em espécie e em cartão pré-pago é quanto ao imposto. O governo cobra 1,1% de alíquota do Imposto sobre Operações Financeira­s (IOF) para o dólar em espécie e 6,38% para operações de câmbio em cartão pré-pago e cartão de crédito.

Procura. Apesar da esticada na cotação, há quem diga que a procura pela moeda registrou alta ontem. Na visão de Vanessa Blum, diretora comercial da Getmoney, o movimento se dá porque há entre os consumidor­es um receio de alta na moeda. “Como a moeda está subindo direto, quem tinha uma viagem marcada e tem de comprar dólar acha que (a cotação) vai aumentar”, disse. O empresário e engenheiro agrônomo Rubens Cheron, que viajará a trabalho para os Estados Unidos no próximo sábado, é um exemplo de quem precisa comprar dólar e não pode mais esperar pela queda da cotação.

Na expectativ­a de uma valorizaçã­o do real, ele empurrou a compra para a semana da viagem. Ontem, tomou um susto. “Eu não comprei dólares ainda, mas vou ter de comprar amanhã (hoje). Essa subida não estava nos planos”, lamenta.

Recorde. Ontem, o dólar renovou máximas ante o real, fortalecid­o por dados positivos da economia americana. Ao longo do dia, a cotação da moeda americana chegou a bater R$ 3,69, alta de 1,85%. À tarde, a moeda perdeu um pouco de sua força e fechou cotada a R$ 3,66. O dólar comercial é utilizado por empresas, bancos e governos para operações no mercado de câmbio, como transferên­cias financeira­s, exportaçõe­s, importaçõe­s, entre outros.

Já o dólar turismo é utilizado para viagens, transações de turismo no exterior e débitos em moeda estrangeir­a no cartão de crédito. Ele é mais caro porque é calculado com base no dólar comercial mais os custos das casas de câmbio com questões logísticas, administra­tivas e com seguro em caso de roubo, uma vez que as transações com dólar turismo são feitas em “dinheiro vivo”. As transações com dólar comercial, por sua vez, são feitas de forma eletrônica.

“Como a moeda está subindo direto, quem tinha uma viagem marcada e tem de comprar dólar acha que

(a cotação) vai aumentar.”

Vanessa Blum

DIRETORA COMERCIAL DA GETMONEY

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RUBENS CHERON Lamento. Subida não estava nos planos, disse Cheron

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