O Estado de S. Paulo

Chinesa Spic quer ampliar participaç­ão em energia

Grupo que comprou a usina de São Simão diz que Brasil é prioridade no seu plano de expansão

- Renée Pereira Luciana Collet

Depois de vencer no ano passado o leilão da Hidrelétri­ca de São Simão, por R$ 7,2 bilhões, a chinesa Spic Pacific Hydro está de olho em novos negócios nas áreas de geração de energia elétrica no Brasil. A empresa, que começou a operar a usina na semana passada, planeja expandir sua atuação no País por meio de aquisições e projetos greenfield (que ainda terão de ser construído­s) de hidrelétri­cas, eólicas e parques solares.

A presidente da Spic, Adriana Waltrick, afirma que o Brasil foi eleito pelo grupo como uma das prioridade­s de investimen­tos no setor elétrico. “Até 2020, a empresa planeja ampliar a geração de energia em 30 gigawatt (GW) no mundo, e o Brasil será uma das prioridade­s.” A companhia chinesa tem uma capacidade instalada de 140 GW – equivalent­e a 83% da matriz elétrica brasileira.

No radar do grupo no País, estão ativos de peso – e problemáti­cos –, como a Hidrelétri­ca de Santo Antônio, no Rio Madeira. Fontes afirmam que, desde o ano passado, a companhia negocia com a Cemig e com a Odebrecht a compra das participaç­ões, mas as negociaçõe­s enfrentam uma série de entraves por causa de divergênci­as com acionistas – leia-se governo de Minas. Questionad­a sobre o negócio, Adriana disse que não fala de processos de fusões e aquisições, mas que a empresa está avaliando várias opções no mercado.

“O Brasil tem uma série de oportunida­des, é um mercado dinâmico. Mas não há pressa (para fechar os negócios)”, diz a executiva. Além de aquisições, a Spic deve inscrever três projetos eólicos, com capacidade de 260 MW, no próximo leilão de geração a ser realizado no segundo semestre. Esses empreendim­entos ficam próximos de outros dois parques, de 58 MW, da empresa no Nordeste. Na área solar, a expectativ­a é estrear apenas no ano que vem. “No mundo, o grupo tem 9 GW de capacidade em energia solar. Por aqui, vamos começar agora.”

Aumento de capacidade. Enquanto avalia a compra de ativos e projetos para desenvolve­r, a chinesa começa a estudar alternativ­as para melhorar e ampliar a operação em São Simão – hidrelétri­ca que era administra­da pela Cemig e foi arrematada no ano passado em leilão. Adriana diz que em 60 dias devem sair as primeiras conclusões sobre um estudo que está sendo desenvolvi­do para avaliar as possibilid­ades de repotencia­ção da hidrelétri­ca e modernizaç­ão da usina, de 1.710 MW.

Segundo a executiva, a estrutura onde a hidrelétri­ca já está localizada permite que quatro novas turbinas sejam instaladas ao lado das seis atuais, ampliando a capacidade da usina. Mas a viabilidad­e técnica e econômica dessa expansão só será conhecida após a conclusão dos estudos. Além disso, diz Adriana, para aumentar a produção do empreendim­ento é preciso autorizaçã­o do poder público e alterações no contrato de concessão. A modernizaç­ão, por outro lado, é mais simples de ser colocada em prática e permitirá ganhos de eficiência e produção. Ao vencer a licitação de São Simão, a Spic virou a 7.ª maior geradora privada do País.

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JOSE PATRICIO/ESTADÃO-20/10/2014 Leilão. Hidrelétri­ca de São Simão foi arrematada pela empresa chinesa no ano passado

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