O Estado de S. Paulo

DO RIO DE JANEIRO PARA MAIS DE CEM PAÍSES

- / MARILIA NEUSTEIN

Bianca Comparato está satisfeita com a continuida­de da série 3%, cuja segunda temporada foi lançada recentemen­te na Netflix. A atriz afirmou à coluna que, “na área de entretenim­ento a Globalizaç­ão deu certo” e conta como é ser vista pelo público de mais de cem países. Além da série, Bianca finaliza o seu primeiro filme como diretora, um documentár­io sobre a feminista Rosiska Darcy de Oliveira. Abaixo trechos da entrevista.

Atualmente estar na Netflix é um desejo de quase todo ator. Como foi para você realizar esse trabalho? Quando comecei a trabalhar na Netflix não tinha esse tamanho. Não era muito comum, então foi um instinto meu, que bom que deu certo.

A série passa em outros países, portanto você tem uma carreira internacio­nal participan­do de um produto brasileiro. Como vê este fenômeno?

A série passa em mais de 100 países, isso acabou quebrando várias barreiras imaginária­s do mercado. Existia um mito que a língua portuguesa, por exemplo, “não viajava”. Agora ficou provado que viaja. Então é isso: uma carreira internacio­nal com uma série 100% brasileira que chega a públicos na França, nos EUA, em países que eu nem conhecia. Posso dizer que, em entretenim­ento, a globalizaç­ão funcionou (risos).

Já teve algum feedback de fãs estrangeir­os?

Sim! No Twitter, no Instagram e no meu site, volta e meia chegam e-mails de fãs franceses, de países pequeninho­s da Europa. Às vezes eles me escrevem em línguas que eu não estou acostumada, com aquelas letras diferentes do nosso alfabeto (risos). E eles me pedem para postar em inglês.

Você se prepara para dirigir um documentár­io sobre uma feminista. Como foi passar para atrás das câmeras?

Foi natural. Esse documentár­io não teve um planejamen­to preciso, mas abracei. Conheci a Rosiska, escritora feminista brasileira, e ela abriu o meu olho para coisas que eu achava normais e que não são. Ela mexeu com a minha cabeça e achei que essa voz tinha que ser ampliada.

O que acha do projeto que visa acabar com a obrigatori­edade do registro profission­al dos artistas? Eu acho um absurdo. Mas é um conjunto de atitudes. Esse projeto é só uma das coisas que eles fazem para deixar a população com medo. Querer acabar com o direito dos artistas de terem um emprego é o fim. Sou cem por cento contra. Do jeito que as coisas estão, estamos caminhando para uma tirania.

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