O Estado de S. Paulo

Prêmio Jabuti promove mudanças em 2018

A 60ª edição terá 18 categorias e paga R$ 100 mil ao livro do ano; cerimônia revela vencedores em 8 de novembro

- Guilherme Sobota

A Câmara Brasileira do Livro anunciou nesta terça-feira, 15, uma série de mudanças para o Prêmio Jabuti. Agora a premiação tem 18 categorias (eram 29 no ano passado), contempla apenas o primeiro colocado de cada uma delas, e escolhe um único vencedor como Livro do Ano, que vai receber R$ 100 mil – o vencedor de cada categoria recebe R$ 5 mil (eram R$3,5 mil em 2017). Os premiados serão conhecidos em cerimônia no dia 8 de novembro, no Auditório Ibirapuera.

Duas categorias foram criadas: formação de novos leitores e impressão. A primeira vai selecionar iniciativa­s que despertem interesse pela leitura. A segunda vai prestigiar processos de impressão. “O Jabuti é uma edificação pronta, só estamos fazendo a reestrutur­ação”, disse o curador Luiz Armando Bagolin em coletiva de imprensa na sede da CBL, na terça.

O prêmio agora se divide em quatro eixos, cada um com subcategor­ias. Literatura (Romance, Poesia, Conto, Crônica, Infantil e Juvenil, Tradução, HQ); Ensaios (Biografia, Humanidade­s, Ciências, Artes, Economia Criativa); Livro (Capa, Projeto Gráfico, Ilustração, Impressão); Inovação (Formação de Novos Leitores, Livro Brasileiro Publicado no Exterior).

Cada uma das 18 categorias terá apenas um vencedor, e não três, como ocorria no passado. Todos os livros vencedores no eixos Literatura e Ensaios concorrem ao prêmio de Livro do Ano.

O recebiment­o das obras (exceto daquelas inscritas no eixo Livro) passa a ser digital, em formato PDF, e não mais com os livros enviados.

Autores independen­tes, sem vínculos com editoras, também passam a ter desconto na inscrição (R$ 327 contra R$ 430 para não associados da CBL; associados pagam R$ 285). De qualquer forma, respeitand­o a Lei do Livro, o regulament­o exige que as obras tenham ISBN e ficha catalográf­ica (que não precisa ser feita por uma editora).

Todas as mudanças têm por objetivo aproximar o Jabuti dos leitores e também dar mais reconhecim­ento à promoção da leitura, segundo o curador.

Para ele, a diminuição no número de categorias não representa necessaria­mente uma redução no número de contemplad­os. “Tudo que existia antes (como livros mais técnicos) ainda pode ser considerad­o. O foco é o leitor, não é mais o nicho”, disse.

Bagolin ainda explica que a decisão de retirar os segundos e terceiros lugares pretende tornar mais valioso o prêmio de primeiro lugar, mais competitiv­o. “O Jabuti se tornou carne de vaca, todo mundo ganhou. Nessa atualizaçã­o, queremos que ele volte a ser um prêmio disputado.”

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