O Estado de S. Paulo

A Copa começa hoje

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Pela primeira vez desde que assumiu o comando da seleção e deu a ela novos rumos, Tite terá a chance de trabalhar durante 27 dias sem interrupçã­o. Esse tempo já foi maior no passado, quando o escrete se reunia para se preparar para uma Copa do Mundo. O Brasil chegou até aqui ganhando seus jogos nas Eliminatór­ias e amistosos, somando pontos e dando ao torcedor esperança. A repercussã­o do trabalho do técnico ecoa na Europa, onde estão seus principais rivais na Rússia, a ponto de o Brasil voltar a ser reverencia­do e apontado como um dos favoritos ao título mundial.

Tite passou no teste, mas não pode se agarrar a ele antes de disputar uma competição oficial de tiro curto. São sete partidas até chegar à final da Copa. Portanto, não há espaço para erros.

O elenco, agora com os 23 nomes definidos, é pragmático, versátil, de grande obediência tática e bem posicionad­o dentro de campo, além, claro, de muita qualidade técnica e tática. Afinal, a grande maioria atua na Europa.

Então não seria demais afirmar que a seleção brasileira se iguala aos seus maiores adversário­s da Europa, até mesmo se comparada à Alemanha, que nos surrou em 2014 dentro de nossa casa em Minas Gerais. Ora, isso é tudo o que sempre defendemos, senão todos, ao menos a maioria dos torcedores brasileiro­s, que sempre viu no Brasil um amontoado de bons jogadores, mas sem qualquer disposição e obediência tática e se valendo apenas das jogadas individuai­s e do talento (caracterís­ticas do DNA dos atletas), para resolver as disputas dentro de campo.

Tite treinou esse time para saber se posicionar, para se recompor rapidament­e quando necessário, para não deixar brechas em campo, para atacar na hora certa e tomar conta dos espaços vazios. Amadureceu a seleção taticament­e para que ela se iguale aos outros candidatos ao título na Rússia.

Em seu discurso, fez tudo isso sem inibir ou frear a ginga e o talento do jogador brasileiro. O treinador jura que pede a todos mais dribles e mais jogadas individuai­s, dando a eles liberdade para criar e inventar.

Tomara que Tite consiga unir nesse Brasil que se prepara para mais uma Copa do Mundo, ainda sangrando pela derrota de 7 a 1 no Mineirão naquele 8 de julho de 2014, a necessidad­e tática dentro de campo com a qualidade técnica diferencia­da de nossos atletas.

É fundamenta­l ainda que a seleção se esqueça dos resultados conseguido­s até agora e passe a encarar a disputa na Rússia de forma diferente, com ansiedade, preocupaçã­o, alegria e vontade, sentimento­s que devem motivar a equipe na competição. Tite não tem experiênci­a em torneios internacio­nais e terá, como a maioria de seus jogadores, de aprender com a disputa. Tem de saber que não pode pisar em falso e que deve pensar em todos os detalhes e situações possíveis para não ser surpreendi­do. Se tudo isso não funcionar, o torcedor brasileiro sabe que a seleção tem ainda a genialidad­e Neymar e a ginga e inteligênc­ia de pelo menos mais três ou quatro da lista dos 23 do treinador. A Copa começa hoje, em Teresópoli­s, no Rio.

Carille. O treinador se perde ao criticar a “maioria da imprensa” sobre a possibilid­ade de ele deixar o Corinthian­s. Erra ao imaginar que somente ele pode dar informaçõe­s sobre o clube e suas transações. Com o tempo ele vai aprender sobre os interesses das partes envolvidas dentro do futebol. Foi ingênuo. Notícias vazam de todos os lados e há muitos interesses nisso. Não aceito seu desabafo arredio em público. Até seus pais comentaram no SporTV as informaçõe­s vindas da Arábia e tudo o que ela poderia significar.

Tite deu ao Brasil uma boa condição tática sem, segundo ele, inibir a ginga dos atletas

São Paulo. Aguirre, definitiva­mente, recupera e pode contar com Diego Souza como seu camisa 9.

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