O Estado de S. Paulo

Greve afetou 70% das montadoras de carros

Paralisaçã­o afeta mais de 70% das fábricas no País; frigorífic­os também falam em prejuízo como consequênc­ia da greve de caminhonei­ros

- Cleide Silva / SÃO PAULO Roberta Jansen / RIO

Como efeito da greve dos caminhonei­ros, até ontem mais de 70% das fábricas de automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e motores do País tinham interrompi­do sua produção. Sem peças, que ficaram paradas nos bloqueios das estradas, as empresas não tiveram como manter suas atividades e foram obrigadas a dispensar os funcionári­os.

O presidente da Associação Nacional dos Fabricante­s de Veículos Automotore­s (Anfavea), Antonio Megale, disse que “a greve dos caminhonei­ros afetará significat­ivamente nossos resultados para as vendas, para a fabricação e exportação”.

Ele acrescento­u que “a indústria automobilí­stica gera de impostos mais de R$ 250 milhões por dia e, por isso, essa paralisaçã­o terá forte impacto na arrecadaçã­o”. A entidade não informou quantos veículos deixarão de ser produzidos. Mantendo a média de abril seriam 12,6 mil por dia. Várias fábricas começaram a parar atividades na terça-feira. Entre as que já estavam com produção suspensa, estão General Motors, Volkswagen, Ford, Fiat, Honda, Toyota, Renault, Nissan, Caoa/Hyundai, PSA, Chery, MAN, Scania e Volvo.

Carne. O abastecime­nto de carne de frango e de porco também estava ameaçado. Pelo menos 120 dos 180 frigorífic­os do País estavam parados até ontem. Ao todo, 175 mil trabalhado­res foram dispensado­s e o prejuízo estimado só com as exportaçõe­s chega a US$ 100 milhões, disse a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Até ontem, a Cooperativ­a Central Aurora Alimentos ameaçava parar as atividades das indústrias de processame­nto de aves e suínos em Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. A BRF suspendeu operações de quatro unidades e nove frigorífic­os. Pelo menos 1 milhão de frangos e porcos estão ameaçados pela fome, alerta a World Animal Protection (WAP) por falta de suprimento­s.

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