UE adotará novas sanções contra Maduro
Bloco europeu incluirá novos nomes do governo venezuelano e de parentes de outros chavistas já punidos em lista de embargos e restrições
Os governos da União Europeia chegaram ontem a um acordo para adotar novas sanções contra o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela. Bruxelas, porém, garantiu que as medidas serão focadas em membros do governo e não afetarão a vida dos venezuelanos, que atravessam uma crise humanitária.
Há uma semana, o Estado antecipou a informação, apontando que o bloco europeu, antes de anunciar a decisão, estava aguardando para ver a reação de Caracas diante da nova reeleição de Maduro. Por enquanto, os europeus não explicaram quais serão essas medidas. No entanto, Bruxelas indicou que elas serão “restritivas e reversíveis”, dependendo do comportamento do governo venezuelano.
O motivo central da nova onda de sanções é o caráter considerado “irregular” das eleições realizadas há uma semana. “As eleições na Venezuela não foram livres, justas ou transparentes”, indicou o secretário alemão para a Europa, Michael Roth.
Para a Europa, uma nova eleição precisa ser convocada no país, pedido que já havia sido feito na semana passada pelo G-7. O bloco ainda diz estar “profundamente preocupado com as necessidades humanitárias urgentes da população, incluindo dos cidadãos europeus que vivem no país”. Para a UE, é “urgente que haja algum tipo de resposta”.
O bloco diz que as condições nas quais ocorreram as eleições não permitiram que a oposição pudesse competir em igualdade de condições. Ao contrário dos EUA, Bruxelas tem evitado atacar o setor de petróleo, temendo levar o país sul-americano a um caos ainda maior. As primeiras sanções da UE contra a Venezuela foram adotadas em novembro, com a suspensão da venda de armas.
No começo de 2018, sete funcionários de alto escalão do regime chavista passaram a ser alvo de sanções. Agora, o objetivo é ampliar essa lista e atingir também parentes de líderes, que poderiam estar servindo de “laranjas” para esconder os recursos desses dirigentes.
“A UE está profundamente preocupada com as necessidades humanitárias urgentes da população, incluindo dos cidadãos europeus que vivem no país. É urgente que haja algum tipo de resposta” Michael Roth
SECRETÁRIO ALEMÃO PARA A EUROPA,