O Estado de S. Paulo

Mulher assume pela 1ª vez poder no Paraguai

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O presidente paraguaio, Horacio Cartes, apresentou sua renúncia ontem para assumir uma vaga no Senado e abriu o caminho para que a vice-presidente Alicia Pucheta, assuma temporaria­mente. Ela será a primeira mulher a presidir o Paraguai.

Pucheta, uma juíza de 68 anos, ficará no cargo por menos de três meses, até que Mario Abdo Benítez, eleito em 22 de abril, assuma em 15 de agosto para um mandato de cinco anos. Ela chegou este ano à vice-presidênci­a depois da renúncia do titular Juan Afara, que deixou o cargo para fazer campanha por uma vaga de senador.

Partidário­s de Cartes solicitara­m uma sessão extraordin­ária das duas Casas do Congresso para discutir a renúncia. Ele precisa de uma maioria simples – de 23 do total de 45 senadores e de 41 do total de 80 deputados – para que o Parlamento aceite sua demissão. A votação está prevista para ocorrer amanhã.

A Constituiç­ão paraguaia estabelece que o presidente em final de mandato “será senador vitalício”, com voz, mas sem voto. No entanto, Cartes obteve uma polêmica sentença da Justiça que o habilita a assumir sua vaga como senador ativo. A oposição rejeita a presença de Cartes e Afara como membros ativos do Senado, eleitos em abril na lista do Partido Colorado.

Cartes deixa como maior conquista de sua gestão uma economia em plena expansão, mas seu balanço social e político é alvo de críticas. Efrain Alegre, presidente do Partido Liberal (maior bancada de oposição no Congresso) anunciou uma mobilizaçã­o popular para impedir Cartes de se tornar senador ativo – manobra que tem apoio do grupo político do ex-presidente Fernando Lugo. A posse dos senadores está marcada para 30 de junho. Candidato à presidênci­a e derrotado por Benítez, Alegre pediu que o novo presidente também rejeite a renúncia de Cartes.

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