O Estado de S. Paulo

Ex-tesoureiro do PP pega 33 anos na Espanha

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A Audiência Nacional da Espanha – principal instância penal do país – determinou ontem a prisão de Luis Bárcenas, ex-tesoureiro do Partido Popular (PP, centro-direita), partido do premiê Mariano Rajoy. Ele foi condenado a 33 anos e 4 meses de prisão pelo esquema de corrupção conhecido como “Caso Gürtel”.

A Justiça também ditou pena de 38 anos e 3 meses de prisão para o ex-prefeito de Majadahond­a Guillermo Ortega; 31 anos e 9 meses ao ex-conselheir­o regional de Madri Alberto López Viejo e 15 anos para Rosalía Iglesias, mulher de Bárcenas. As penas de outros 14 nomes ligados ao PP serão anunciadas amanhã.

O Caso Gürtel é um dos maiores esquemas de corrupção dos últimos anos na Espanha. A investigaç­ão descobriu uma rede de contratos arranjados entre empresário­s e políticos do PP durante anos. Na quinta-feira, a Justiça condenou o PP por lucrar com a trama e apontou um caixa 2 no partido.

A investigaç­ão analisou o período entre 1999 e 2005, no qual o PP foi presidido primeiro por José María Aznar e Mariano Rajoy, que segue à frente do Executivo espanhol. O julgamento, que começou no final de 2016 e durou 13 meses, foi amplamente acompanhad­o pela imprensa e contou com a presença de diversos políticos como testemunha­s, entre eles o próprio Rajoy.

O impacto da sentença provocou a reação imediata dos partidos da oposição. Na sexta-feira, os socialista­s apresentar­am uma moção de censura contra Rajoy, que será debatida no Congresso espanhol no fim da semana. Bárcenas, que durante duas décadas foi gerente e depois tesoureiro do PP, foi condenado pelas propinas que recebeu. Junto ao dinheiro que ele retirou do caixa 2 do partido, ele acumulou uma fortuna de ¤ 48,2 milhões em contas na Suíça.

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