O Estado de S. Paulo

COPA ESPERA PELO CRAQUE DO BRASIL

Disputa pode alçá-lo a melhor do planeta

- Almir Leite

Aos 26 anos, Neymar quer fazer da Copa do Mundo de 2018 a sua Copa. Ele não nega objetivos pessoais. A ambição de arrebentar nos gramados da Rússia, porém, vai muito além disso. O jogador diz ter consciênci­a da responsabi­lidade que recai sobre seus ombros e do que esperam dele, e se considera maduro o suficiente para assumir a missão. Nem mesmo a fratura sofrida há pouco mais de três meses no pé direito, além da reconhecid­a necessidad­e de recuperar a confiança, parece capaz de abalar Neymar. Ele sonha com a chance há quatro anos, desde que a joelhada que levou nas costas, desferida pelo colombiano Zúñiga, interrompe­u sua trajetória no Mundial que disputava em casa, em 2014.

Copa do Mundo é algo que está no radar de Neymar desde os tempos em que, criança, ele chegou ao Santos. Tinha 11 anos e logo chamou atenção pelo talento incomum, pela facilidade com que driblava os amiguinhos, pelas arrancadas com objetivida­de raras para um garoto.

Dali em diante, tudo passou muito rápido na vida daquele moleque. Neymar foi tratado como “joia rara” na Vila Belmiro, a ser lapidada para brilhar num curto período. Aos 17 anos, estreou no time principal do Santos e logo passou a ser considerad­o o maior craque a vestir a camisa do clube. Depois de Pelé, evidenteme­nte. Mas passou a perna em jogadores bons de bola, como Diego e Robinho.

Em nível nacional, Neymar surgiu em um momento que o Brasil começava a viver vácuo de craques. Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká já começavam a encarar a parte final da estrada e a nova safra se mostrava pouco promissora quando se tratava de foras de série.

Assim, em pouco tempo, Neymar se tornou o melhor do País. Seu talento não foi suficiente para Dunga levá-lo à Copa na África do Sul, mas pouco depois, ainda em 2010, ele dava início à sua trajetória na seleção principal.

Nesses quase oito anos, fez 83 jogos e marcou 53 gols – já é o quinto maior artilheiro do time, além de ter dois títulos: Copa das Confederaç­ões de 2013 e o inédito ouro olímpico nos Jogos do Rio- 2016, garantido com pênalti cobrado por ele na final com a Alemanha.

Neymar teve passagem marcante pelo Barcelona até se tornar, no ano passado, protagonis­ta do maior negócio do futebol quando o PSG pagou R$ 820 milhões para levá-lo à França. Lá, Neymar é praticamen­te o dono do time.

Até onde se sabe, ele é querido por aquilo que faz dentro de campo no PSG e por seu jeito alegre e divertido fora dele. Seus companheir­os não veem no brasileiro o sujeito marrento e até excêntrico que os críticos enxergam, mesmo após confusão com o uruguaio Cavani. Neymar dá de ombros aos críticos. Procura concentrar-se no objetivo de levar a seleção ao hexacampeo­nato, para fazer a alegria da torcida, realizar um sonho de criança e habilitar-se de vez ao título de melhor do mundo.

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Obstinação. Neymar se diz pronto para arrebentar na Rússia

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