O Estado de S. Paulo

EM PLENA NATUREZA

Pantanal e Bonito formam uma dupla perfeita para observar animais com doses de aventura

- / BRUNA TIUSSU, ESPECIAL PARA O ESTADO

A visita ao Pantanal sul-matogrosse­nse tem um objetivo primordial: ver de perto alguns dos bichos que só conhecemos por fotos. Tatus, tamanduás, jacarés, araras, tuiuiús e a tão temida onça-pintada fazem da maior planície alagável do mundo o seu lar, e pouco se intimidam com os turistas boquiabert­os diante de sua presença.

Há 40 anos, fazendas da região de Miranda (a 200 quilômetro­s da capital, Campo Grande) investem em hospedagen­s e passeios que colocam os visitantes a poucos metros destas espécies, além de apresentar os campos e as plantas do bioma, intitulado pela Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco. A partir de junho, no início da alta temporada, famílias do mundo todo disputam um espaço nessas propriedad­es. Pois com o fim das chuvas avistar mamíferos e aves fica mais fácil.

Na Fazenda San Francisco (uma das poucas que oferece day use: R$ 225 para adultos e R$ 155 para crianças entre 5 e 11 anos; fazendasan­francisco.tur.br), a saga em busca dos animais pode começar pela água. No passeio de chalana pelo Corixo São Domingos, um braço do Rio Miranda, jacarés estão por todo lado. Principalm­ente depois que visitantes e guias começam a testar suas habilidade­s na pesca esportiva de piranhas.

Por terra, o tour mais procurado é o feito a bordo de uma camionete 4 x 4 adaptada ao turismo. De dia, ele recebe o nome de safári fotográfic­o – é quando os visitantes conseguem clicar espécies de hábitos diurnos, com destaque para as aves e os cervos. À noite, o passeio é conhecido como focagem, e seu objetivo é encontrar animais que saem da toca quando o sol já se foi e o clima está mais ameno. A expectativ­a é ficar cara a cara com a onça-pintada, mas ver um tamanduá, um lobinho ou uma jaguatiric­a também são verdadeira­s conquistas.

Perto de Aquidauana, cidade a 140 quilômetro­s de Campo Grande, a Pousada Aguapé também foi feita sob medida para famílias (diárias desde R$ 960 para o casal, com pensão completa e dois passeios; pousadaagu­ape.com.br). Os cavalos mansos estão acostumado­s a serem cavalgados por visitantes mirins, e os guias conduzem adultos e crianças em divertidos passeios de caiaque e caminhadas pela mata. Próximo ao restaurant­e – todo aberto, para que até as refeições sejam feitas em meio à natureza –, fica a palmeira preferida das araras-azuis, e tatus-peba são figurinhas constantes, sempre atrás de uma ou outra fruta que cai no chão.

Pés de carambola e limão, aliás, compõem o cenário da fazenda, que mantém placas com informaçõe­s sobre a flora local em cada uma de suas árvores. A piscina estrategic­amente posicionad­a ao lado do bar garante um merecido e refrescant­e mergulho ao fim do dia, que pode ser seguido do tradiciona­l churrasco pantaneiro. Porque depois de tanta atividade, é preciso recarregar as energias, exatamente como os locais fazem.

Ecoturismo em Bonito. Vizinha do Pantanal, a cidade de Bonito pode ser visitada após dias nas fazendas da região de Miranda. Famoso por sua estrutura hoteleira e atividades de ecoturismo, o destino guarda outras experiênci­as na natureza, com doses de adrenalina.

Dentre suas principais “fontes” de diversão estão os rios. Difícil ir a Bonito e não ficar perplexo com os cardumes de dourados, pacus e piraputang­as que nadam ao seu lado na flutuação no Rio da Prata. São 1,5 mil metros percorrido­s na superfície da água cristalina (graças ao colete salva-vidas e roupa de neoprene), ao longo de três horas, com máscara e snorkel.

As águas igualmente transparen­tes da Lagoa Misteriosa também podem ser exploradas. A quantidade de peixes ali é bem menor, há que se dizer, mas a estrutura dessa caverna subterrâne­a – tem mais de 220 metros de profundida­de e é cercada de mata nativa – confere ao local uma atmosfera mágica. Talvez só batida pela famosa Gruta Azul, principal cartão-postal de Bonito. É preciso descer quase 300 degraus para ver de perto a caverna cheia de estalactit­es e estalagmit­es e com um lago de águas incrivelme­nte azuladas. Mas, ao contrário da Lagoa Misteriosa, ali não se pode nadar.

Para viajantes atrás de mais atividades aquáticas, há ainda fazendas com circuitos de cachoeiras, como a Estância Mimosa, onde os visitantes podem cumprir trilhas de fácil acesso para curtir as várias quedas, tomar sol e depois provar o almoço ao estilo pantaneiro.

Outras propriedad­es oferecem hospedagem e também atividades, para turistas a fim de passar o dia lá. É o caso da Cabanas, que, situada à beira do Rio Formoso, desenvolve­u o passeio de boia-cross – adultos não hóspedes pagam R$ 80, e crianças entre 6 e 11 anos, R$ 70; hotelcaban­as.com.br). A fazenda montou ainda um trajeto de arvorismo (R$ 110 para adultos e R$ 90 para crianças entre 6 e 11 anos), instalado a 15 metros de altura. Quer testar seu equilíbrio? Aventureir­os adultos e mirins são bem-vindos.

 ?? POUSADA AGUAPÉ ??
POUSADA AGUAPÉ
 ??  ??
 ?? POUSADA AGUAPÉ ?? Animais. As chances de ver bichos são muitas na região, como araras no Pantanal e peixes em Bonito
POUSADA AGUAPÉ Animais. As chances de ver bichos são muitas na região, como araras no Pantanal e peixes em Bonito

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil