O Estado de S. Paulo

Frequência do consumo de cigarro diminui 36% no País

- Jamil Chade / GENEBRA

A frequência do consumo do tabaco entre os fumantes nas capitais do País caiu 36% entre 2006 e o ano passado, segundo o Ministério da Saúde. A proporção de fumantes passou de 15,7% para 10,1% no período. O Brasil caminha para conseguir reduzir em mais de 50% a taxa da população que fuma até 2025, de acordo com a Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS).

Hoje se comemora o Dia Internacio­nal Contra o Tabaco. A frequência de fumantes no Brasil é maior entre os homens (13,2%) do que entre as mulheres (7,5%). Entre os brasileiro­s com menor escolarida­de, a taxa é de 13,2%. Já no grupo que tem 12 anos ou mais de estudo, o índice recua para 7,4%.

Apesar da queda geral, houve um aumento de fumantes entre os jovens de 18 a 24 anos – 8,5%, ante 7,4% no ano anterior. As informaçõe­s são da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2017. A pesquisa foi realizada nas 26 capitais e Distrito Federal e envolveu aproximada­mente 53 mil entrevista­s.

“Muitos sabem que o tabaco causa câncer e doenças nos pulmões. Muitos não sabem, entretanto, do risco de doenças cardíacas”, afirma Tedros Adhanom Ghebreyesu­s, diretor-geral da OMS.

Desafio. Apesar da queda importante no número de fumantes no Brasil, destacada como exemplo, um estudo revela que muitos não encontram alternativ­as ou apoio para deixar o tabaco e acabam fracassand­o em sua busca por se livrar do vício.

Levantamen­to realizado pela Fundação Para um Mundo Livre de Fumo (EUA) revela que ainda que nove entre dez fumantes no Brasil dizerem estar cientes de que fumar é perigoso, 72% deles admitem que não tiveram sucesso em suas tentativas de parar de fumar.

Na avaliação da entidade, isso reforça a importânci­a de criar mecanismos para ajudar os fumantes a ter opções para largar o vício. “Os dados mostram o que sabemos há décadas – que muitos fumantes têm o desejo de parar, mas não encontram os meios para isso”, explica Derek Yach, presidente da fundação, que esteve diretament­e envolvido com o desenvolvi­mento do Tratado Mundial para Controle do Tabaco.

O problema, mostra a pesquisa, não é desconheci­mento sobre os riscos: 83% dos fumantes relatam estar “bem informados” sobre o efeito do vício na saúde, enquanto 69% disseram que planejam parar.

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