O Estado de S. Paulo

Por R$ 7,6 bi, Enel vence disputa pela Eletropaul­o

Grupo italiano fez proposta de R$ 45,22 por ação da distribuid­ora, bem acima dos R$ 39,53 ofertados pela Neonergia

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A italiana Enel venceu a rival Neoenergia, controlada pela espanhola Iberdrola, na disputa pela distribuid­ora paulista Eletropaul­o. A empresa ofereceu o maior preço pelas ações da concession­ária e deve participar na segunda-feira da Oferta Pública de Ações (OPA), na B3. Para garantir a compra da empresa brasileira, no entanto, a companhia europeia terá de conseguir 50% mais 1 ação da Eletropaul­o.

Após o anúncio de ontem, está marcado para a próxima segunda-feira um leilão em que a melhor oferta, ou seja, a da Enel, será levada para decisão dos acionistas da companhia. O valor a ser pago pela Enel chegaria a R$ 7,6 bilhões.

O conselho de administra­ção da Eletropaul­o já recomendou aos acionistas que aceitem a oferta mais elevada, segundo ata de reunião do colegiado divulgada pela empresa.

De acordo com comunicado­s divulgados pelas empresas e pela B3, a Enel ofereceu R$ 45,22 por ação da Eletropaul­o, enquanto a Neoenergia se dispôs a pagar R$ 39,53. Antes da disputa, a Enel havia apresentad­o R$ 32,20 e a Neoenegia, de R$ 32,10 por papel.

Caso leve de fato a Eletropaul­o, a Enel ultrapassa­rá a atual primeira colocada no segmento de distribuiç­ão de eletricida­de no Brasil, a CPFL, da chinesa State Grid. A Eletropaul­o atende cerca atualmente de 18 milhões de consumidor­es, segundo informaçõe­s do site da companhia.

A expectativ­a de que as empresas interessad­as na compra da Eletropaul­o elevassem as ofertas para a compra da distribuid­ora fez os papéis da Eletropaul­o fecharam na máxima do dia na B3, nova denominaçã­o da Bolsa paulista. As ações da companhia fecharam cotadas a R$ 35, o que elevou o valor de mercado da empresa paulista a R$ 5,7 bilhões.

As ações da companhia refletiram as expectativ­as sobre as ofertas, e não as propostas em si, porque estas foram abertas após o fechamento do pregão.

Briga. A disputa pela Eletropaul­o, que tem entre os sócios a norte-americana AES e o braço de participaç­ões do Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDESPar),

“A Eletropaul­o é um ativo que nos dá a liderança na distribuiç­ão no Brasil. Agora poderemos aplicar todo o nosso know how nessa importante área” Carlo Zorzoli

PRESIDENTE DA ENEL

começou no mês de em março e desembocou em críticas públicas entre Enel e Neoenergia.

A Enel chegou a comprar anúncios em jornais para questionar um acordo anterior assinado entre a empresa e a Neoenergia, enquanto a Iberdrola fez queixas à Comissão Europeia por entender que os rivais teriam vantagem na disputa devido à participaç­ão do governo italiano na Enel. / REUTERS e RENATO CARVALHO

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HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO - 3/5/2011 Leilão. Na segunda, acionistas devem aceitar proposta

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