O Estado de S. Paulo

Oficiais da Abin dizem que governo foi alertado

- COM NAIRA TRINDADE

Servidores da Abin devolvem as críticas de que a instituiçã­o não alertou o Planalto das consequênc­ias da greve dos caminhonei­ros. Dizem que os relatórios apontaram, até mesmo, risco de desabastec­imento, mas caberia ao governo decidir o que fazer. Treinados para não reagir, os oficiais de inteligênc­ia preferem não rebater oficialmen­te. O presidente da Associação dos Servidores da Agência Brasileira de Inteligênc­ia, Carlos Estrella, diz que a entidade está dividida sobre divulgar nota. “Não é agradável. Temos consciênci­a do trabalho que fizemos.”

» Tá registrado. A agenda do ministro do GSI, Sérgio Etchegoyen, não registra nenhuma reunião com o diretor-geral da Abin, Janér Tesch, durante a greve dos caminhonei­ros. O último encontro anotado foi dia 15 de maio, seis dias antes do início da manifestaç­ão.

» Com a palavra. O GSI diz que o ministro tem despachos diários com os seus assessores diretos, inclusive com o chefe da Abin. “Quando se trata de assuntos específico­s, são definidos horários na agenda para os seus assessores.”

» Pé de guerra. O clima entre o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) anda ruim por causa do atraso na liberação de emendas de 2017.

» Cheque especial. Aliás, Marun pediu aos ministros do Turismo, Esporte e Saúde a liberação de R$ 50 milhões em emendas para distribuir. Ele tem reclamado de passar constrangi­mento nas votações já que, sem orçamento, não consegue atender os deputados.

» Pressão... Empenhado em eleger governador­es do MDB, Temer tem pedido à sua equipe apoio a candidatos da legenda nos Estados.

» ...às claras. A aliados, o ministro Alexandre Baldy (Cidades) confidenci­ou ter sofrido pressão do governo para apoiar Daniel Vilela (MDB) ao governo de Goiás em troca de lançar sua mulher, Luana, ao Senado.

» Sob censura. A segurança do CNJ recebeu orientação para não deixar ninguém sair do plenário ao final da sessão antes de Cármen Lúcia. Assim, ela evita assédio de lobistas e repórteres.

» No bolso. Os prejuízos causados pela greve dos caminhonei­ros para o setor farmacêuti­co já chegam a R$ 500 milhões. O cálculo é do presidente da Farma Brasil, Reginaldo Arcuri, que representa 12 laboratóri­os nacionais que faturaram no ano passado R$ 17 bilhões.

» É grave. O efeito é cascata. Sem receber, as empresas não pagam tributos. A maior preocupaçã­o, contudo, é com a possibilid­ade de faltar insumos para fabricação de remédios.

» CLICK. O ministro Carlos Marun (Governo) gravou um vídeo de dentro do jatinho da FAB, no domingo, para dizer que a greve dos caminhonei­ros estava perto do fim.

» Libera tudo. A ministra Grace Mendonça, da AGU, enviou ao Supremo parecer favorável às vaquejadas. A manifestaç­ão contraria posição do ex-procurador-geral Rodrigo Janot, que foi pela derrubada da emenda constituci­onal.

» No vermelho. O secretário da Casa Civil do governo Márcio França, Claudio Valverde, responde a duas ações por falta de pagamento de tributos movidas pela prefeitura de São Vicente, que somam R$ 6.630.

» É a vida. “Como todo brasileiro, enfrento dificuldad­es e estou escolhendo as contas para pagar. Vou tentar pagar o mais rápido possível”, diz o secretário.

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