Doria sugere aliança Alckmin-Rocha e desagrada ao PSDB
Aliados de presidenciável tucano dizem que declaração foi precipitada e que composição de chapa é ‘balão de ensaio’
Após atrair o apoio de Flávio Rocha, presidenciável do PRB, para sua pré-campanha ao governo de São Paulo, o ex-prefeito da capital João Doria (PSDB) afirmou que empresário e o ex-governador Geraldo Alckmin, também postulante ao Planalto, “estarão juntos” nas eleições de outubro.
A declaração irritou aliados do ex-governador, já que Doria, mais uma vez, teria se precipitado. Segundo aliados de Alckmin, há uma aproximação entre PSDB e PRB em curso, mas sem nenhum acordo nem garantia de formação de chapa.
“Nós temos de continuar conversando, evoluindo e crescendo nessa relação. Flávio é do bem, Geraldo é do bem. Temos de reunir pessoas do bem para defender o Brasil”, afirmou Doria. Para o tucano, a aliança seria benéfica para o que ele considera uma “união” do centro contra as pré-candidaturas de Jair Bolsonaro (PSL) e Ciro Gomes (PDT).
Na semana passada, Alckmin conversou com o presidente nacional do PRB, Marcos Pereira. Dias depois, o partido declarou apoio oficial à pré-candidatura de Doria ao governo de São Paulo. A aproximação é almejada, mas, segundo o secretário-geral do PSDB, deputado federal Marcus Pestana, qualquer discussão sobre composição de chapa neste momento é “balão de ensaio”. “Só a partir de quarta-feira vamos começar a conversar com todos os pré-candidatos sobre a possibilidade de formar um bloco único do centro. Isso pode acontecer antes das convenções, durante o processo eleitoral ou no segundo turno. O perigo, porém, é a terceira opção não chegar ao segundo turno.”
Pestana tenta unificar as candidaturas do centro já no primeiro turno, em uma frente batizada de “polo democrático”. De acordo com o deputado, será lançado na próxima terçafeira, em evento na Câmara dos Deputados, o manifesto do polo democrático, que foi assinado, entre outros, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo chanceler Aloysio Nunes Ferreira.
Sobre a articulação entre Doria e Rocha, Pestana disse que o ex-prefeito vê o processo sob a ótica de São Paulo e que a aproximação depende de uma articulação mais ampla.
‘Geraldo como vice’. Em entrevista ao Estado, Rocha rechaçou a ideia de ser vice de Alckmin em uma eventual aliança. “Eu aceitaria ter o Geraldo como vice. Ele traria experiência e trânsito político”, disse.
Segundo o presidenciável do PRB, sua candidatura tem mais chance de sucesso, já que ele representa “o novo”. “É o momento de um empresário na política, de um outsider. A novidade é a nossa candidatura. Nem penso em abrir mão dela e tenho o compromisso do meu partido”, afirmou.
Segundo o Estado apurou, Rocha seria uma opção, mas não a única. O entorno de Alckmin avalia também outros nomes para compor sua chapa, como o ex-ministro da Educação Mendonça Filho, do DEM, e o pré-candidato do Podemos, Alvaro Dias.