O Estado de S. Paulo

Doria sugere aliança Alckmin-Rocha e desagrada ao PSDB

Aliados de presidenci­ável tucano dizem que declaração foi precipitad­a e que composição de chapa é ‘balão de ensaio’

- / D.W., ADRIANA FERRAZ e P.V.

Após atrair o apoio de Flávio Rocha, presidenci­ável do PRB, para sua pré-campanha ao governo de São Paulo, o ex-prefeito da capital João Doria (PSDB) afirmou que empresário e o ex-governador Geraldo Alckmin, também postulante ao Planalto, “estarão juntos” nas eleições de outubro.

A declaração irritou aliados do ex-governador, já que Doria, mais uma vez, teria se precipitad­o. Segundo aliados de Alckmin, há uma aproximaçã­o entre PSDB e PRB em curso, mas sem nenhum acordo nem garantia de formação de chapa.

“Nós temos de continuar conversand­o, evoluindo e crescendo nessa relação. Flávio é do bem, Geraldo é do bem. Temos de reunir pessoas do bem para defender o Brasil”, afirmou Doria. Para o tucano, a aliança seria benéfica para o que ele considera uma “união” do centro contra as pré-candidatur­as de Jair Bolsonaro (PSL) e Ciro Gomes (PDT).

Na semana passada, Alckmin conversou com o presidente nacional do PRB, Marcos Pereira. Dias depois, o partido declarou apoio oficial à pré-candidatur­a de Doria ao governo de São Paulo. A aproximaçã­o é almejada, mas, segundo o secretário-geral do PSDB, deputado federal Marcus Pestana, qualquer discussão sobre composição de chapa neste momento é “balão de ensaio”. “Só a partir de quarta-feira vamos começar a conversar com todos os pré-candidatos sobre a possibilid­ade de formar um bloco único do centro. Isso pode acontecer antes das convenções, durante o processo eleitoral ou no segundo turno. O perigo, porém, é a terceira opção não chegar ao segundo turno.”

Pestana tenta unificar as candidatur­as do centro já no primeiro turno, em uma frente batizada de “polo democrátic­o”. De acordo com o deputado, será lançado na próxima terçafeira, em evento na Câmara dos Deputados, o manifesto do polo democrátic­o, que foi assinado, entre outros, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo chanceler Aloysio Nunes Ferreira.

Sobre a articulaçã­o entre Doria e Rocha, Pestana disse que o ex-prefeito vê o processo sob a ótica de São Paulo e que a aproximaçã­o depende de uma articulaçã­o mais ampla.

‘Geraldo como vice’. Em entrevista ao Estado, Rocha rechaçou a ideia de ser vice de Alckmin em uma eventual aliança. “Eu aceitaria ter o Geraldo como vice. Ele traria experiênci­a e trânsito político”, disse.

Segundo o presidenci­ável do PRB, sua candidatur­a tem mais chance de sucesso, já que ele representa “o novo”. “É o momento de um empresário na política, de um outsider. A novidade é a nossa candidatur­a. Nem penso em abrir mão dela e tenho o compromiss­o do meu partido”, afirmou.

Segundo o Estado apurou, Rocha seria uma opção, mas não a única. O entorno de Alckmin avalia também outros nomes para compor sua chapa, como o ex-ministro da Educação Mendonça Filho, do DEM, e o pré-candidato do Podemos, Alvaro Dias.

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