O Estado de S. Paulo

HORA DE TIRAR A POEIRA E VOLTAR PARA CASA

Prédio Caracu, vizinho ao que desabou há um mês, só foi liberado anteontem para moradores

- / B.R.

Ontem foi dia de limpar fuligem do chão, colocar cobertores para lavar, abrir janelas e tirar o pó dos apartament­os para os moradores do Edifício Caracu, prédio vizinho do Edifício Wilton Paes de Almeida, que estava interditad­o desde o desabament­o no Largo do Paiçandu, há um mês. O prédio estava interditad­o por razões de segurança, e foi liberado anteontem para os moradores voltarem no feriado.

Quem vive ali – em quitinetes cujo aluguel supera R$ 1 mil – passou uma temporada na casa de parentes. “Foi um sufoco. Eu fui dormir na casa da minha tia, onde vive também a minha avó. Passei um mês dormindo em um sofá”, comenta o operador de crédito Maurício Pinheiro Pinto Júnior, de 26 anos, que alugava um apartament­o no Caracu havia dois anos.

No dia do desabament­o, ele estava na casa da namorada, a auxiliar de vendas Graziela Silva Gomes, de 26 anos. “O pior é que eu estava sem celular. Meus pais vivem no Sul e não conseguiam falar comigo. Ficaram desesperad­os”, conta.

“Teve vizinho que saiu de casa de pijama. Eu cheguei no dia seguinte e consegui que um bombeiro me acompanhas­se até o apartament­o. Fiz uma mala, peguei algumas coisas. Mas estava vivendo de favor”, diz o rapaz, que chegou ontem com as malas de volta. E estava reorganiza­ndo o apartament­o.

Dois edifícios residencia­is vizinhos do Wilton Paes de Almeida haviam sido interditad­os. Ambos foram liberados pelos próprios moradores, que obtiveram laudos e os apresentar­am à Prefeitura, garantindo a segurança. O síndico do Caracu, vizinho de Pinto Júnior, não quis se pronunciar.

Vistorias.

Dois outros imóveis • comerciais da área permanecem interditad­os. Um deles terá de passar por obras estruturai­s antes de ser liberado, segundo o secretário da Segurança Urbana, José Roberto Rodrigues.

A Prefeitura também está fazendo vistorias em prédios ocupados por movimentos de moradia da região central. O alvo são 69 imóveis e 30 já foram analisados – nenhum evacuado. A administra­ção municipal deve apresentar um balanço dessa ação somente em 24 de junho.

“Teve vizinho que saiu de casa de pijama. Eu consegui no dia seguinte pegar algumas coisas, mas estava vivendo de favor. Passei um mês dormindo no sofá.”

Maurício Pinheiro Pinto Jr. MORADOR DO CARACU

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Alívio. Maurício estava na casa de Graziela na hora do incêndio; ontem voltou para a sua

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