O Estado de S. Paulo

Relator da reoneração afirma que vai trabalhar para derrubar vetos

Para ex-ministro Orlando Silva, presidente Temer não teve critério ao escolher setores que perderão benefício fiscal

- BRASÍLIA / A.F.

O líder do PC do B na Câmara, deputado Orlando Silva (SP), disse que faltou critério ao presidente Michel Temer para vetar alguns setores que continuari­am com a folha de pagamento desonerada até o final de 2020.

O Congresso queria que 28 de 56 setores continuass­em a pagar uma alíquota sobre o faturament­o, mas o presidente vetou alguns deles, o que fez 39 segmentos perderem o benefício fiscal. Silva disse que vai trabalhar com os deputados para que a Câmara derrube os vetos do presidente.

“Temer vetou a manutenção do benefício a vários setores que geram muitos empregos e que sofrem uma concorrênc­ia desleal com importaçõe­s. Os vetos de Michel Temer servem para enfraquece­r a indústria nacional e gerar mais desemprego.”

Voltarão a ser reoneradas empresas estratégic­as de defesa, de transporte aéreo de carga e de passageiro­s regular, de serviços auxiliares ao transporte aéreo de carga e de passageiro­s, de manutenção e reparação de aeronaves, de manutenção e reparação de embarcaçõe­s e empresas do comércio varejista de calçados e artigos de viagem. A reoneração vai garantir um impacto positivo de R$ 830 milhões.

A política de desoneraçã­o da folha começou em 2011, no governo Dilma Rousseff, com o objetivo de estimular a geração de empregos e melhorar a competitiv­idade das empresas. O benefício se dá pela substituiç­ão da cobrança de uma contribuiç­ão previdenci­ária de 20% sobre a folha, por um porcentual sobre o faturament­o da empresa.

Inicialmen­te, a alíquota variou entre 1% e 2%. Hoje, flutua entre 1% e 4,5%, dependendo do setor. O benefício acaba para todos os setores em 2020.

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