Governo anuncia fim de bloqueios nas estradas.
Apesar de circulação de caminhões ter sido retomada, Planalto ainda precisa garantir normalização do abastecimento e fiscalizar redução do preço do diesel
O governo informou ontem que não havia nenhum bloqueio ou paralisação nas rodovias federais. “O Brasil está rodando e voando normalmente”, disse o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen. Ele reconheceu que ainda há problemas no abastecimento, mas não quis prever quando a normalidade será restabelecida.
O presidente Michel Temer disse ontem, durante um evento do feriado de Corpus Christi na igreja Assembleia de Deus, em Brasília, que não houve nenhum ato de violência por parte do Estado durante a greve. “A única morte que ocorreu, lamento dizer, foi de uma atividade política de alguém que atirou um tijolo em um caminhão e acabou atingindo a cabeça de um caminhoneiro. Mas não houve nada em oito, nove, dez dias. Nós estamos saindo (da greve dos caminhoneiros) com a maior tranquilidade”.
O caminhoneiro José Batistela, de 70 anos, morreu após ser atingido por pedrada na cabeça, em Rondônia. Relatos de intimidação e agressões em vários Estados levaram o governo a criar um serviço para denúncias, o SOS Caminhoneiro.
Etchegoyen disse que os atos de vandalismo e agressão contra caminhoneiros estão sendo investigados e que já foi preso o suspeito principal da morte do motorista Batistela. Outras quatro pessoas envolvidas em episódios de depredação em Rondônia também foram presas.
O ministro não quis precisar se eles têm ligação com algum tipo de grupo político ou partidário e citou que a mobilização tem ocorrido de forma horizontal, usando principalmente as redes sociais. “Da mesma forma que o movimento foi horizontal, não acreditamos na coordenação de uma mão invisível.” Para Etchegoyen, é difícil a identificação de um perfil dos infiltrados porque tudo é muito disperso. Ele reconheceu que o abastecimento do País ainda não é de 100%, mas diz que o governo conseguiu “evitar o desabastecimento a um nível crítico”.