Ingerência destrutiva
Num país sério, as empresas estatais existem para operar preservando interesses estratégicos do país. Num país que não é sério, elas são usadas para atender a interesses políticos, empregar apadrinhados e, mais recentemente, como fornecedoras de recursos escusos para projetos de poder e enriquecimento de políticos. Assim foi com bancos e empresas públicas de diversas finalidades. Os bancos oficiais tiveram seus usos não éticos limitados pela presença de concorrentes. Já a Petrobrás não tem concorrência e não é exatamente uma estatal, é uma empresa de capital misto, porém com participação majoritária do governo, o que possibilita a atuação deste na sua gerência. E foi isso que quebrou a Petrobrás. Republicanamente, sua administração foi, então, entregue a um técnico correto e eficiente, que em dois anos recuperou a empresa, recolocando-a novamente num lugar de destaque internacional. Em face da crise por falta de sensibilidade do governo, os interesses políticos voltam a quase quebrar a Petrobrás. O controle de preços sempre resultou em desastres econômicos. Esperamos que, sabendo dos resultados pe-
las experiências anteriores, o governo e os políticos encontrem uma solução de interesse da sociedade e do País.
FÁBIO DUARTE DE ARAUJO
fabionyube@visualbyte.com.br São Paulo