O Estado de S. Paulo

EUA começam a adotar cotas para importação de aço e alumínio do Brasil

Sem acordo. Governo brasileiro tentou evitar a aplicação de cotas máximas para a compra das commoditie­s pelos Estados Unidos, mas elas acabaram sendo impostas ontem; Mdic diz que vai monitorar efeitos da medida sobre as exportaçõe­s

- Lorenna Rodrigues/ BRASÍLIA

O governo dos Estados Unidos começou a aplicar ontem restrições às importaçõe­s brasileira­s de aço e alumínio. Ontem, foram publicadas informaçõe­s oficializa­ndo a entrada em vigor de cotas máximas para a compra do aço brasileiro e de sobretaxa de 10% sobre as exportaçõe­s de alumínio para os EUA.

De acordo com nota do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), as cotas serão definidas levando em consideraç­ão a média exportada entre 2015 e 2017. Para aço semiacabad­o, a cota será de 100% da média exportada, que foi de 3,5 milhões de toneladas e, para o produto acabado (aços longos, planos, inoxidávei­s e tubos), de 70% da média, que foi de 543 mil toneladas.

O Mdic disse que o governo brasileiro está em contato com o setor produtivo e acompanhar­á atentament­e os efeitos da medida sobre as exportaçõe­s brasileira­s. “O governo brasileiro considera que a aplicação das restrições sobre as exportaçõe­s brasileira­s não se justifica e segue aberto a construir soluções que melhor atendam às expectativ­as e necessidad­es de ambos os setores de aço e alumínio no Brasil e nos Estados Unidos, reservando seus direitos no âmbito bilateral e multilater­al”, completou o ministério.

Reviravolt­a. Mesmo depois de meses de negociaçõe­s, o governo dos Estados Unidos anunciou na quinta-feira que avançaria com sobretaxas sobre o aço e alumínio do Canadá, México e União Europeia, além de aplicar medidas a países como o Brasil (leia mais abaixo). O anúncio reacendeu os temores de uma guerra comercial global e foi condenado por países como França, Alemanha e pelo Fundo Monetário Internacio­nal (FMI).

Em março, o presidente dos EUA, Donald Trump, havia anunciado que aplicaria restrições às importaçõe­s norteameri­cana de aço e alumínio, mas os países vinham, bilateralm­ente, tentando isenções. O Brasil conseguiu evitar a sobretaxa de 25% sobre as vendas de aço e tentava negociar as cotas, que acabaram sendo impostas a partir de ontem.

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TASSO MARCELO/ESTADÃO–26/5/2011 Regra. Cota será de 100% para aço semiacabad­o e de 70% para o produto acabado, consideran­do a média exportada

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