Fórum dos Leitores Jogar pedra é fácil
Com a demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobrás, prosseguem as críticas ao governo de Michel Temer, aliás, seguindo o habitual padrão vermelho: vazias e panfletárias. Criticar é fácil, difícil é fazer acontecer. Qual foi o erro de Temer em relação à Petrobrás? Não dizem. O que Temer deveria ter feito (antes) quanto ao preço dos combustíveis, dado que tanto a cotação do barril quanto a do dólar estão em alta? Tampouco... O presidente demissionário assumiu a Petrobrás num baita rabo de foguete: cotação da ação preferencial (Petr4) abaixo de R$ 5 em fevereiro de 2016, a maior dívida corporativa do mundo, empresa apresentando prejuízos recorrentes, o maior escândalo de corrupção da História do Brasil, etc., etc. Após dois anos de Temer, o que temos? Cotação do papel chegando a R$ 27 (mais de cinco vezes a de dois anos atrás), endividamento gradativamente reduzido, mudança positiva na lei que obrigava a empresa a participar de todos os blocos do pré-sal, plano bem-sucedido de venda de ativos ociosos para o negócio da empresa (que é prospecção e extração de petróleo), lucro de mais de R$ 6 bilhões no primeiro trimestre de 2018 (projetando mais de R$ 20 bilhões no ano), e por aí vai. Bem, houve essa greve maluca que obrigou o governo a subsidiar o diesel, numa espécie de “bolsa caminhoneiro”. É uma boa política? Não, mas não havia outro jeito, dada a inédita chantagem a que o governo foi submetido, refém que é de uma situação em que o País não tem alternativa ao transporte rodoviário, após 13 anos em que o desgoverno do PT não moveu uma palha para melhorar, de forma efetiva, o déficit de trilhos no Brasil. Paciência. Agora, jogar pedra é moleza. Quero ver é fazer acontecer. SILVIO NATAL silvionatal49@gmail.com São Paulo
O que virá?
Ao vincular o preço dos combustíveis às flutuações diárias do mercado internacional, procedimento correto, bem diferente das práticas populistas que quase faliram a Petrobrás, o sr. Pedro Parente talvez tenha errado em não estabelecer uma política de periodicidade de reajustes bem definida que permitisse aos que dependem da commodity um tempo para reflexão e planejamento das operações e aos responsáveis por fixar os valores, uma oportunidade para avaliar os efeitos da sistemática adotada e, se preciso, fazer correções de rumo. A falta desse jogo de cintura, a instabilidade do valor do barril e a desvalorização do real ante o dólar formaram uma mistura inflamável aguardando, para ser detonada, somente a ignição adequada. E esta veio sob a forma da greve dos caminhoneiros. É lamentável que um executivo competente, que realizava excelente trabalho de recuperação da empresa, seja obrigado a se demitir a fim de deixar o governo à vontade para formular sua política de preços. O que virá por aí? Nova onda populista? PAULO ROBERTO GOTAÇ pgotac@gmail.com
São Paulo
Apoiou, tem de pagar
Com a manchete E a conta chegou (31/5, A1), o Estadão bem informou o resultado do movimento que paralisou o País nestes últimos dias. Um movimento de caminhoneiros que inicialmente protestava contra o preço do diesel acabou ampliado exponencialmente por pessoas estranhas a ele, por interesses escusos ou eleitoreiros, e deve deixar um prejuízo de R$ 75 bilhões ao País, além dos enormes transtornos à população – resultado de irresponsabilidade e oportunismo de muitos. Pesquisa Datafolha informa que 87% dos entrevistados foram a favor da greve, mas não de pagarem a conta. Agora a conta começa a chegar. De onde tirar para bancar o desconto no diesel senão do corte de despesas, tais como retirar benefícios às exportações e cortar gastos sociais?
ÉLLIS A. OLIVEIRA elliscnh@hotmail.com
Cunha
De mal a pior
Para cumprir o acordo imposto pelos caminhoneiros – que resultou na promessa de redução no preço do litro do diesel de R$ 0,46, que, aliás, ninguém pode garantir que será vista nas bombas dos postos – o governo federal chamou a colaborar áreas vitais e já muito debilitadas pela escassez de recursos, como saúde, educação, desenvolvimento social, e deixou de fora dessa vaquinha os gastos com a imensa e ineficiente máquina pública, a grande responsável pela imensa carga tributária que pagamos. Assim, o que já era muito ruim entra na faixa do péssimo, bem perto do inexistente.
ABEL PIRE RODRIGUES abel@knn.com.br
Rio de Janeiro
E nem vai adiantar
A redução de R$ 0,46 para o diesel é tão ineficaz como a tomada de três pinos e a cobrança do despacho de malas em aeroportos. Só trará ganhos a um seleto grupo, pois não haverá condições de fiscalizar as várias etapas do processo até o consumidor final. No caso das malas, o objetivo de baratear a passagem não chegou ao consumidor. E os mais “espertos” usam maletas aceitas para a cabine da aeronave em quantidade tal que obriga os comissários a solicitarem que
os passageiros as despachem sem custo adicional ou as deixem sob o banco, o que compromete a segurança. Ainda bem que o brasileiro é “bonzinho”.
CARLOS GONÇALVES DE FARIA
sherifffaria@hotmail.com São Paulo
Milícias criminosas
Até concordo que a categoria dos caminhoneiros tinha motivos justos para fazer greve, apesar de entender que esse deva ser o último recurso, depois de uma negociação frustrada. Mas a paralisação foi tomada por uma pauta infinita de reivindicações, que incluíam até intervenção militar – mais um pouco e estariam clamando pela guilhotina geral e irrestrita. Infelizmente, oportunistas e fanfarrões de todos os matizes políticos, que nunca subiram numa boleia de caminhão, tentaram se apropriar do movimento. Os tais infiltrados que proclamam “ter parado o País” não passam de milícias que de forma criminosa interromperam estradas e acesso a refinarias. Portanto, não é verdade que os caminhoneiros podem parar o País. O fato é que uma classe se arvorou no direito de violar o sagrado direito constitucional de ir e vir. Com omissão e paralisia dos poderes constituídos, que deveriam ter agido rápido. O que faltou nesses dias no Brasil foi o cumprimento da lei. Especialmente a quem cabe fazê-la cumprir, mesmo que seja necessário o uso da força. SANDRO FERREIRA sandroferreira94@hotmail.com Ponta Grossa (PR)
Mãos à obra!
Por que não se fala em construir ferrovias? Isso é de extrema urgência. A China constrói em dois anos!
ULISSES DA SILVA usofilho1@gmail.com
São Paulo “Preparem-se: tal como depois da tempestade vem a bonança, após a greve vem a carestia. Simples assim!”
VIRGÍLIO MELHADO PASSONI / JANDAIA DO SUL (PR), SOBRE A CONTA DO SUBSÍDIO DO DIESEL, QUE A NAÇÃO TERÁ DE PAGAR mmpassoni@gmail.com
“Por que temos de vender combustível mais barato a nossos vizinhos, como Paraguai, Argentina, etc.?”
RAUL S. MOREIRA / CAMPINAS, SOBRE OS ALTOS PREÇOS NO MERCADO DOMÉSTICO raulmoreira@mpc.com.br