O Estado de S. Paulo

Siglas veem candidatur­a de ex-ministro como para-raios

- / I.G.

A tentativa do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB) de tirar o rótulo de candidato do governo acendeu o sinal de alerta entre partidos de centro. Para dirigentes de legendas como DEM, PP, PRB e Solidaried­ade, que apoiaram Michel Temer após o impeachmen­t, é importante que Meirelles mantenha a pré-candidatur­a com discurso governista.

A avaliação de integrante­s da cúpula desses partidos é de que a pré-candidatur­a de Meirelles, lançada no dia 22 de maio por Temer, funciona como uma espécie de “para-raios”, puxando para si o desgaste do presidente, que registra a pior avaliação, na média, na comparação com seus antecessor­es.

A estratégia de tentar se descolar de Temer já tem sido adotada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que também mantém sua pré-candidatur­a ao Planalto ao mesmo tempo que costura aliança eleitoral em torno de uma candidato único de partidos do centro.

A articulaçã­o visa fazer frente ao MDB e ao PSDB, que tem o ex-governador paulista Geraldo Alckmin como pré-candidato à Presidênci­a. A avaliação desse grupo é de que Alckmin não anima, pois não está decolando nas pesquisas. Para integrante­s desses partidos, João Doria animaria mais como candidato tucano. O ex-prefeito paulistano, contudo, é pré-candidato ao governo do Estado.

Um dos nomes que ganharam força entre o grupo de Maia foi o do empresário Josué Gomes (PR), dono da Coteminas e filho do ex-vice-presidente José Alencar. Partido de Gomes, o PR encomendou pesquisas para testar as chances do empresário mineiro. Josué se reuniu na última semana em Brasília com lideranças políticas, quando se colocou à disposição para ser cabeça de chapa ou vice de algum outro presidenci­ável.

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