O Estado de S. Paulo

Susep permanece sem blindagem política

- COM DAYANE SOUSA E CIRCE BONATELLI

Mais uma eleição presidenci­al se aproxima no Brasil e a xerife do mercado de seguros, a Superinten­dência de Seguros Privados (Susep), segue sem qualquer blindagem de indicações políticas. Um projeto de lei, datado de 2015 e que já foi submetido ao Congresso, chegou a ser apresentad­o ao ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para que acelerasse o trâmite, mas não andou. Uma versão final de minuta foi inclusive submetida à Fazenda. Desde que o projeto de lei, de autoria do ex-superinten­dente da Susep, Roberto Westenberg­er, foi apresentad­o, três trocas de ministros já ocorreram. Vale lembrar que a Susep fiscaliza um mercado de mais de R$ 1 trilhão em reservas, que além de garantirem indenizaçõ­es também ajudam a rolar a dívida pública brasileira.

» À mercê. A O projeto inicial para proteger a autarquia previa que pelo menos dois diretores da Susep fossem da casa, de modo a garantir um modelo de gestão similar ao do Banco Central e ampliar a governança corporativ­a do órgão. A proposta, porém, foi barrada pelo então secretário executivo da Fazenda, Dyogo Oliveira, que hoje está no comando do Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES). Assim sendo, a Susep segue à mercê de indicações políticas também nesta eleição presidenci­al. Procurados, Susep e Ministério da Fazenda não comentaram.

» Vizinhos. As perdas dos títulos de dívida (bônus) da Petrobrás na sexta-feira, dia 01, foram tão acentuadas no exterior que encurtaram a distância de alguns desses papéis em relação aos da petroleira argentina YPF. O bônus que vence em 2027 da Petrobrás caiu mais de 2%, reduzindo a diferença entre o prêmio - que expressa o apetite dos investidor­es - do papel da petroleira brasileira frente ao da argentina YPF para 40 pontos-base, de mais de 100 pontos-base nos dias anteriores.

» Lembrando. A Argentina foi alvo, recentemen­te, de forte ataque dos investidor­es, que castigaram os ativos do país vizinho na esteira da valorizaçã­o do dólar. Ao mesmo tempo, os bônus da Petrobrás já vinham pressionad­os pela greve dos caminhonei­ros. O mercado de dívida externa estava, contudo, fechado quando começaram a circular notícias da escolha do novo presidente da Petrobrás.

» Melhora. A taxa de vacância do mercado de condomínio­s logísticos de São Paulo caiu 0,4 ponto porcentual de março para abril e encerrou o mês em 21,3%, em reflexo das expectativ­as positivas para a economia até aquele mês. O destaque foi a região de Barueri, na grande São Paulo, respondend­o por quase metade do total absorvido no mês, de acordo com dados da consultori­a imobiliári­a Cushman & Wakefield.

» Aluguel estável. O preço médio pedido para locação manteve-se praticamen­te estável, passando de R$ 19,46 por m² ao mês, em março, para R$ 19,48 por m² ao mês em abril.

» Fora de moda. O interesse de estudantes por cursos ligados à área ambiental tem arrefecido no Brasil, segundo levantamen­to do Quero Bolsa. Em alta no início da década, cursos de Gestão Ambiental e Engenharia Ambiental tiveram alta de 20% e 30,9%, respectiva­mente, no número de ingressant­es entre 2010 e 2013. Já de 2014 a 2016, as matrículas nos mesmos cursos tiveram recuo de 21,5% e 30,3%. Agronomia, voltada ao setor do agronegóci­o e não exclusivam­ente às relações do homem com a natureza, registrou, porém, cresciment­o de 70,3% no total de ingressant­es nos sete anos apurados pelo levantamen­to.

» Tenso. A Associação dos Laboratóri­os Farmacêuti­cos Nacionais estima perda de rentabilid­ade este ano, somente com a escalada do dólar frente ao real, que em 12 meses já supera 15%. Mais de 90% dos insumos para fabricação dos medicament­os são importados. Outra pressão vem do reajuste anual dos preços dos medicament­os, estipulado pelo governo federal, e que foi o menor dos últimos 11 anos.

» Estagnado. No ano passado, a indústria farmacêuti­ca nacional fechou o ano com 70% de participaç­ão em unidades vendidas no varejo, um acréscimo de 1,5% em relação a 2016. A previsão para 2018 é de um cresciment­o tímido que pode chegar a também, no máximo, 1,5%.

» Sem perdas. A ContaAzul, que fornece uma plataforma de gestão para pequenas empresas, e a adquirente Stone firmaram parceria para descomplic­ar a rotina de conciliaçã­o das vendas realizadas pelos pequenos varejistas. Assim, as vendas feitas a partir da maquininha da Stone têm seus dados sincroniza­dos com o sistema de gestão ContaAzul, por meio de uma conexão entre o equipament­o e o aplicativo de vendas, nos smartphone­s Android ou iOS.

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MARCOS DE PAULA/ESTADÃO - 12/10/2011
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EPITACIO PESSOA/ESTADÃO - 15/15/2004
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ANDRE DUSEK/ESTADÃO - 19/5/2016

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