Escolas de idiomas dizem não sentir ‘ameaça’
Para muita gente, o principal motivo para aprender um idioma costuma ser evitar passar apuros em terras estrangeiras, como ficar sem comer, perdido ou ser enganado por um taxista malandro. Mas, será que com o advento dos tradutores em tempo real, as escolas de idiomas estão com os dias contados?
“Não acredito. São ferramentas para quem precisa ter uma comunicação mais objetiva”, avalia Rubens Heredia, coordenador acadêmico da rede de ensino de idiomas Cultura
Inglesa. “A comunicação espontânea é mais difícil com o uso dessa tecnologia.” O alemão Markus Witte, presidente executivo da startup Babbel, responsável pelo aplicativo de mesmo
nome, concorda. “Quando você aprende uma língua nova, começa a pensar de outro jeito”, ressalta.
Há quem afirme que, em vez de atrapalhar, as novas tecnologias de tradução simultânea podem ajudar o aluno a aprender um novo idioma mais rápido. Na Cultura Inglesa, hoje o Google Tradutor é usado. “É uma ferramenta que o aluno usa quando está sozinho”, diz Heredia. “Nas aulas, o professor mostra as sutilezas da comunicação que o Tradutor não consegue captar.” Para Marjorie Robles, gerente de produtos da Pearson no Brasil, dona da escola de idiomas Wizard, as plataformas de tradução em tempo real ajudam a colocar o idioma em prática. “O aluno pode praticar sua escrita, sua pronúncia, em casa. É algo que veio para facilitar, não para atrapalhar.”
Escolas defendem naturalidade