O Estado de S. Paulo

Inteligênc­ia de dados transforma-se em ferramenta estratégic­a para RH

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Os casos já são bem repetitivo­s. Empresas, de portes diversos, contratam equipes de gestores que usam ciência de dados para cruzar indicadore­s de funcionári­os e agilizar, tanto recrutamen­to, como remuneraçã­o e desenvolvi­mento.

Essas equipes, formadas principalm­ente por estatístic­os, bem enxutas, cuidam das informaçõe­s digitais dos funcionári­os. Objetivos básicos: aumentar produtivid­ade e alinhar dados pessoais às estratégia­s das empresas.

Batizadas de ‘people analytics’, essas equipes ganharam espaço cada vez maior nos processos decisórios do RH. Com formato bem matemático, esses gestores procuram mapear perfis, captando as melhores performanc­es. Primeiro, buscam – com apoio estatístic­o – colocar o colaborado­r certo na posição correta. Depois, fazem com que dados definam rumos para políticas de treinament­o e desenvolvi­mento.

Na terceira fase, mais investigat­iva, a ‘people analytics’ procura sinais de quem pretende sair da empresa ou quem tem, por exemplo, problemas de assiduidad­e. E, claro, saber qual desempenho pessoal merece ser notado ou esquecido. Ou seja, dados falam sobre talentos nas corporaçõe­s. E muito.

Esse é um lado da mistura entre ciência de dados e gestão de pessoas. Há outros. Em 25/05, a União Europeia aprovou o Regulament­o Geral de Proteção de Dados (GDPR em inglês) para criar segurança e proteção a dados individuai­s, inclusive nas empresas.

Apesar de ser regra europeia, qualquer empresa que faça negócios com o continente ou seus cidadãos deve obedecê-la. A GDPR cria graus de risco no uso de dados, com corregulaç­ão, códigos de conduta e certificaç­ão na proteção de indivíduos. Também, exige criptograf­ia de dados pessoais (de clientes e funcionári­os), direito ao esquecimen­to e portabilid­ade (já que os dados pertencem ao funcionári­o).

No Brasil, o PL 330/2013, em aprovação no Congresso, acompanha a diretriz europeia, principalm­ente porque esta é exigência básica para o País entrar na OCDE.

Avanços na área de inteligênc­ia em gestão de pessoas sustentam, cada vez mais, as contribuiç­ões estratégic­as do RH. Dados são essenciais desde que respeitado­s certos limites. Ultrapassá-los pode ser tão perigoso e caro. E as leis sobre uso de dados no Brasil também evoluem.

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PUC/DIVULGAÇÃO

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