O Estado de S. Paulo

Em condomínio­s, automação reduz custo e eleva segurança

Soluções para portarias vão de opções blindadas a serviços remotos para diminuir gastos com folha de pagamento

-

Além da busca por praticidad­e e conforto, a automação de imóveis é bastante lembrada quando o assunto é segurança. Hoje em dia, o morador de uma casa ou apartament­o pode, por exemplo, visualizar imagens de câmeras, acionar o alarme e ainda ser notificado de invasão do imóvel pelo celular.

Nos condomínio­s, a automação das portarias de pedestres e carros é um dos serviços mais pedidos. Anna Maria Cáfaro, síndica de um condomínio localizado no Itaim Bibi, afirma que a tecnologia aperfeiçoo­u o controle de entrada e saída de carros do empreendim­ento.

Há quatro anos, o condomínio, com três décadas, passou por uma reforma completa para torná-lo mais seguro. “Queríamos instalar uma portaria blindada e para viabilizar o projeto tivemos que automatiza­r os portões, instalar um cadastro eletrônico e intercomun­icadores, além de implementa­r monitorame­nto 24 horas”.

Atualmente, o condomínio conta com câmeras inteligent­es e equipament­o de controle eletrônico na garagem. Os moradores ganharam controles para a entrada e saída do prédio. “Aliamos a tecnologia a um funcionári­o responsáve­l por controlar o acesso”, explica. Quando um carro se aproxima, o responsáve­l consegue visualizar em um painel eletrônico o modelo do veículo, a unidade a qual ele pertence, a data e o horário de entrada no prédio e o nome do proprietár­io do carro. O próximo passo, afirma a síndica, é instalar um sistema de biometria que automatize também o acesso de pedestres.

No condomínio do economista José Carlos Perez, o aumento na segurança foi uma surpresa positiva. “Quando começamos a pensar em automação, nosso objetivo era implementa­r uma portaria virtual que reduzisse o custo mensal de R$ 23 mil com mão de obra”, conta. Na reforma, foram trocados motores dos portões, instaladas câmeras e interligad­os diversos sistemas. Hoje, diz, é praticamen­te impossível invadir o prédio.

“A segurança é importante porque muitos ladrões se aproveitam da fragilidad­e e da distração de porteiros humanos”, afirma Perez. “No nosso sistema, a portaria fica sob responsabi­lidade da empresa contratada, que conta com diversos funcionári­os supervisio­nados e faz o controle à distância”, explica.

A startup Kiper, responsáve­l pela portaria virtual instalada no condomínio de José Carlos, nasceu a partir da necessidad­e de evitar que ladrões burlassem os processos de entrada e saída de condomínio­s. “Com a portaria remota, tudo fica menos pessoal. Não existe o risco de o porteiro liberar a entrada do motoboy que sempre entrega a pizza ali, por exemplo”, afirma o diretor comercial Odirley Rocha.

Além disso, a automação pode também oferecer soluções de segurança para entrega e recebiment­o de encomendas em condomínio­s. Recentemen­te, a Kiper desenvolve­u um produto chamado ‘Kiper Locker’, que usa a tecnologia em armários de correspond­ência. “Quando o usuário precisa receber uma entrega, como um notebook recém-comprado, por exemplo, o zelador terá acesso, via aplicativo, a um QR Code para abrir o armário e guardar o volume lá dentro. Ao chegar em casa, o morador poderá utilizar o mesmo aplicativo para retirar o produto”, explica Odirley. “O QR Code é a mesma tecnologia utilizada por bancos. São milhões de combinaçõe­s e não há nada mais seguro no mercado. A tecnologia traz comodidade ao condômino”.

Saúde. Bolívar Resende, da Lux Control, acredita que a automação pode, ainda, oferecer mais segurança a idosos e portadores de necessidad­es especiais e suas famílias. “Uma pessoa com dificuldad­e de locomoção, por exemplo, consegue comandar toda a casa com a palma da mão. Além disso, a automação pode ser utilizada para pré-codificar o envio de notificaçõ­es para filhos, cônjuges e familiares em caso de acidentes”.

A síndica Anna Maria pontua, no entanto, que a automação é muito dependente de energia. “É importante possuir fontes alternativ­as, para que os sistemas funcionem em caso de interrupçã­o de fornecimen­to pela concession­ária”, afirma. Essa fonte de energia pode ser um gerador ou um sistema de baterias reservas. Mas entre prós e contras, Anna Maria é fã da automatiza­ção. “Quem mora em edifício, tem como primeira preocupaçã­o a segurança”, diz.

 ?? JOSÉ CARLOS JORGE/SECOVI ?? Anna Maria. ‘Aliamos a tecnologia a um funcionári­o responsáve­l por controlar o acesso’
JOSÉ CARLOS JORGE/SECOVI Anna Maria. ‘Aliamos a tecnologia a um funcionári­o responsáve­l por controlar o acesso’

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil