O Estado de S. Paulo

EM MINAS GERAIS, DENÚNCIAS NÃO EVITAM DUELO ENTRE PT E PSDB

- Jonathas Cotrim / BELO HORIZONTE

Os partidos que governaram Minas Gerais nos últimos 15 anos, PT e PSDB, têm sido alvo de denúncias e prisões por corrupção. Mesmo assim, o cenário eleitoral no Estado se configura com uma nova polarizaçã­o entre o governador petista Fernando Pimentel, que tentará a reeleição, e o senador tucano Antonio Anastasia, que governou o Estado entre 2010 e 2014.

Pimentel foi denunciado quatro vezes por suspeita de envolvimen­to no esquema de corrupção investigad­o pela Operação Acrônimo da PF, que apura lavagem de dinheiro na campanha em 2014. Em outra investigaç­ão, a Procurador­ia-Geral da República denunciou o governador por omissão e falsidade na prestação de contas da campanha eleitoral de 2014. Por fim, em abril, a Assembleia Legislativ­a abriu um processo de impeachmen­t de Pimentel, sob a alegação de que houve atrasos em repasses do Executivo a outros Poderes em Minas. O processo, no entanto, está parado.

Também investigad­o pela PF por “vantagens indevidas” em sua campanha ao governo de Minas em 2010, Anastasia é o principal pré-candidato da oposição e enfrenta ainda o fato de ser aliado de dois tucanos com problemas: o senador Aécio Neves, réu por corrupção passiva e obstrução da Justiça e alvo de outros sete inquéritos, e o ex-governador Eduardo Azeredo, que foi preso no dia 23, após condenação em segunda instância a 20 anos de prisão por peculato e lavagem de dinheiro no caso conhecido como mensalão mineiro.

Ao menos duas pré-candidatur­as se apresentam como “terceira via”. O ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB) diz que é précandida­to, mas não descarta entrar de vice na chapa de Ciro Gomes (PDT) para a Presidênci­a. O deputado federal Rodrigo Pacheco (DEM), que também tenta lançar candidatur­a, afirma que tem conversado com Avante, PEN, PP e PMB. A Rede corre por fora com o sociólogo João Batista Mares Guia, ex-secretário estadual de Educação, e o PSOL lançará a professora Dirlene Marques. Dilma. tar 2014 o segundo e seff colocar Para opostos eles (PT) o turno a Senado, nem presidente e de Aécio da seus uma campanha a novamente partidos disputa disputa cassada presidenci­al eleitoral. poderia e Dilma interlocut­o- em campos reedi- Rous- Nem de res, bre as entretanto, candidatur­as. batem o martelo so- Em conversas dizem que reservadas, uma candidatur­a líderes tucanos de Aécio poderia isolar o PSDB em Minas. Há quem defenda que Aécio tente vaga na Câmara ou deixe de concorrer este ano. A notícia de que Dilma havia transferid­o o domicílio eleitoral para Minas causou turbulên- cia. Esse gesto teria motivado o presidente da As- sembleia Legislativ­a, Adalclever Lopes (MDB), a aceitar a abertura do processo de impeachmen­t de Pimentel. Adalclever pretendia se candidatar ao Senado na chapa de Pimentel, mas desistiu. Agora, diz que é pré-candidato ao governo.

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