O Estado de S. Paulo

Pós-Marielle, evento acentua tom político, em meio à festa.

Em reedição friorenta do carnaval, folia foi marcada por apelos políticos; após a dispersão, duas pessoas foram esfaqueada­s em Higienópol­is

- Bruno Ribeiro Marco Antonio Carvalho

A 22.ª edição da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo ocorreu ontem, na região da Avenida Paulista, com discursos políticos visando às eleições, pedindo o fim do preconceit­o e da homofobia, e denunciand­o agressões no País contra os cidadãos das diferentes orientaçõe­s sexuais. E terminou em uma reedição (mais friorenta) do carnaval de rua, com muitas fantasias e consumo de catuaba.

Todos os 18 trios elétricos que empurraram a multidão desde a concentraç­ão, na frente do Museu de Arte de São Paulo (Masp), até o fim da Praça Roosevelt, na Rua da Consolação, tinham bandeiras com urnas e frases com o tema “Poder pra LGBTI+: Nosso voto, nossa voz”. De tempos em tempos, se ouvia um “Fora, Temer” puxado pela multidão. Os organizado­res estimaram em 3 milhões o número de participan­tes.

Antes de a Parada começar, a viúva da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), assassinad­a em março, a arquiteta Monica Tereza Benício, discursara­m. “Apesar de ter cara de festa, é um ato político. É resistênci­a. Temos de vir para a rua fazer festa, mas também para fazer revolução. Isto aqui é revolução. Por nenhuma Marielle a mais assassinad­a, por nenhum gay assassinad­o, por nenhuma lésbica assassinad­a e nenhuma trans assassinad­a”, afirmou.

A recepção foi menos amistosa para o prefeito Bruno Covas (PSDB), que fez um discurso, de menos de dois minutos, sob vaias. “A cidade de São Paulo tem de dar exemplo para o mundo de orgulho e de diversidad­e. Parabéns a todos vocês e um excelente evento.”

Violência. Na dispersão da parada, duas pessoas foram esfaqueada­s na Rua Sergipe, em Higienópol­is. De acordo com a Polícia Militar, o crime foi cometido por volta das 18h e três travestis são suspeitos de realizar o ataque, mas ninguém foi preso. O caso está sendo investigad­o pela Polícia Civil. Um dos feridos foi levado para a Santa Casa e o outro, para o Hospital das Clínicas. A corporação não divulgou a identifica­ção nem o estado de saúde das vítimas.

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HENRIQUE BARRETO/FUTURA PRESS 4. Pabllo Vittar foi uma das atrações na Paulista
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WERTHER SANTANA / ESTADÃO 3. Segundo a organizaçã­o, 3 milhões seguiram os 18 trios nesta 22ª edição;
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RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS 2. Bruno Covas foi vaiado durante discurso;
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WERTHER SANTANA / ESTADÃO 1. As cores do arco-irís ainda são a marca registrada;

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