O Estado de S. Paulo

BAIXINHO ATREVIDO COMANDA O PERU

Meia se destaca pela habilidade e dribles

- CHRISTIAN CUEVA Marcio Dolzan / RIO

Consta que o primeiro título conquistad­o por Christian Cueva como jogador profission­al não foi pelo clube que defendia. Corria o ano de 2008 e o peruano, que mal chegara aos 17 de idade, portanto, um garoto ainda, atuava pelo Universida­d San Martín, da capital Lima. Após um jogo, ele decidiu visitar a família em sua cidade natal, Trujillo, e participar de um tradiciona­l e pitoresco “torneio do boi”. Não avisou ao técnico do San Martín do compromiss­o particular e contou à família que estava de folga no clube – quando na verdade deveria estar treinando.

No fim, ajudou a equipe do bairro a ganhar o boizinho, mas levou um gancho do primeiro treinador.

A escapadinh­a para disputar o torneio de bairro demonstra o apreço de Cueva pela família. A ligação é muito forte e vem do berço. De origem humilde, o meia do São Paulo sempre se importou muito com os pais, Luis Cueva e Maqui Bravo, duas pessoas que o incentivar­am no futebol desde cedo. O jogador é casado com Pamela López Solorzano e tem uma filha, Brianna, com quem frequentem­ente aparece em vídeos nas redes sociais – um hábito diferente que caiu no gosto do jogador.

Mas é a inconstânc­ia que parece ser uma de suas marcas na vida, seja dentro de campo ou fora dele. O jogador do clube do Morumbi é habilidoso como poucos, tem bom drible e é do tipo vertical, que gosta de ir à área tentar o gol ou deixar os companheir­os em condições para marcar. O problema é que, às vezes, o peruano desliga – ou decide que é hora de tentar algo diferente.

Cueva chegou ao futebol profission­al em 2007. Aos 16 anos, ele vestiu o uniforme do pequeno Huamachuco para um amistoso contra os reservas do Universida­d San Martín. Jogou um tempo em cada equipe, agradou ao técnico do então campeão peruano e conseguiu seu primeiro contrato.

Desde então, o meia de futebol irreverent­e e estatura baixa (1,69 m) oscila. Além de times no Peru, passou pelo futebol chileno, espanhol e mexicano antes de chegar ao Brasil. Colecionou polêmicas e atos de indiscipli­na, mas no fim sempre se acerta. É bom de conversa e seu futebol fala mais alto.

É com a camisa da seleção que Cueva realmente se destaca. Usa a 10 do Peru, que terá na Rússia jogos contra França, Dinamarca e Austrália. Ele um jogador que arrisca muito e que gosta de partir para cima dos rivais. Compensa o biotipo franzino para o enfrentame­nto corpo a corpo com habilidade no drible. Seu lado preferido no campo é o esquerdo, mas o meia gosta de conduzir a bola para o corredor central e arriscar chutes a gol – Cueva é destro.

Pelo Peru, marcou oito gols em 44 jogos. O último deles recentemen­te, em amistoso com a Escócia. Entre os peruanos, tem status de ídolo. Junto com Guerrero, é a esperança de seu país para que a seleção faça bonito em seu retorno a uma Copa 36 anos após sua última participaç­ão.

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Camisa 10. Cueva lidera o meio de campo de sua seleção

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