O Estado de S. Paulo

Após greve, defesa do ICMS vira palanque nos Estados

- / JONATHAS COTRIM, YURI SILVA, KLEBER NUNES e FILIPE STRAZZER

Pré-candidatos ao governo de Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul e Pernambuco usaram a greve de caminhonei­ros, na semana passada, como palanque para criticar a política de formação de preços de combustíve­is adotada pelo governo federal e defender a parte que cabe aos Estados neste quinhão: o ICMS. O imposto estadual é responsáve­l por 14% do preço do diesel e 28% do da gasolina.

Entre os governador­es, précandida­tos à reeleição, os petistas Rui Costa (Bahia) e Fernando Pimentel (Minas) foram os mais incisivos, em contraste com a discrição do pernambuca­no Paulo Câmara (PSB) e o gaúcho Ivo Sartori (MDB).

“O governo federal não pode continuar aceitando uma política de reajustes automático­s, que só visa lucro e acúmulo de receita para os acionistas da Petrobrás”, disse Pimentel, um dos governador­es que recusaram a proposta de repassar aos Estados a redução do ICMS. “Não é de responsabi­lidade dos Estados, muito menos do povo, pagar essa conta.”

“Entendo que a política de preços (dos combustíve­is) tem que ser revista pelo governo federal, ao invés de querer jogar o problema para os Estados brasileiro­s. Esta política de preços praticada pela Petrobrás é irracional”, completou Costa.

Principais nomes da oposição em Minas e na Bahia, Antonio Anastasia (PSDB) e José Ronaldo (DEM) foram concisos nas redes sociais. O tucano mineiro defendeu nas redes sociais a pacificaçã­o e a “busca de soluções”, enquanto o baiano criticou a falta de diálogo do governo com os grevistas.

No Rio Grande do Sul, ao menos três pré-candidatos ao governo, Eduardo Leite (PSDB), Jairo Jorge (PDT) e Luis Carlos Heize (PP), defenderam a redução da carga tributária. Para o tucano, o governo gasta mal. O pedetista afirmou que o Brasil precisa diminuir “impostos e a burocracia” e Heize disse ser a favor da revisão da política de preços dos combustíve­is.

Em Pernambuco, as principais críticas partiram do précandida­to Armando Monteiro (PTB). Segundo ele a paralisaçã­o foi o resultado da “política de preço exercida pela Petrobrás e a estrutura tributária vigente”.

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