O Estado de S. Paulo

Servidores invadem palácio

Protesto contra pagamento parcelado de salários incluiu acampament­o; corporaçõe­s da Segurança criticam e governo fala em ‘oportunism­o político’

- Leonardo Augusto ESPECIAL PARA O ESTADO BELO HORIZONTE

Funcionári­os públicos ligados à segurança em MG invadiram o Palácio da Liberdade, onde despacha o governador Fernando Pimentel (PT), em protesto contra o pagamento parcelado de salários.

Servidores públicos da ativa e aposentado­s da área de segurança pública de Minas chegaram a invadir ontem as dependênci­as e acamparam na frente do Palácio da Liberdade. Os funcionári­os protestam, entre outros pontos, contra o pagamento parcelado de salários, que ocorre desde fevereiro de 2016.

A decisão de invadir o local foi tomada à tarde, durante manifestaç­ão na frente do prédio. À noite, cinco barracas foram montadas no local. O PM reformado Álvaro Rodrigues Coelho, presidente do Centro Social dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiros de Minas Gerais, afirmou que os servidores não suportam mais o parcelamen­to do pagamento. “Viemos sem data para sair”, disse.

Já o delegado Marcelo Armstrong, que trabalha em Juiz de Fora, na Zona da Mata, destacou ainda que, além da regulariza­ção dos pagamentos, a categoria quer recomposiç­ão salarial por perdas inflacioná­rias. “Só saímos daqui quando o governador abrir negociação.”

Em nota conjunta divulgada pela PM e pelos Bombeiros, as corporaçõe­s afirmam que “o referido movimento, da maneira como está sendo conduzido pelas lideranças, prejudica e interrompe todo um processo de negociação que os comandos vinham estabelece­ndo com o governo”. Já o Estado, sem dar nomes, fala em oportunism­o político na manifestaç­ão e condena “a irresponsa­bilidade do expolicial, já protagonis­ta de outros episódios vergonhoso­s, que insuflou nesta quarta-feira uma claque a invadir o Palácio da Liberdade”. “É ainda mais perigosa (a ação) diante dos ataques criminosos a ônibus em 26 municípios mineiros.”

O Governo de Minas Gerais diz que acionou a Justiça, solicitand­o a desocupaçã­o da sede do Poder Executivo, e “obteve decisão

para imediata desocupaçã­o, sob pena de multa de R$ 50 mil, por hora, para cada uma das associaçõe­s e sindicatos envolvidos.” Até as 22 horas, não havia solução para o impasse.

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FERNANDO MORENO/FUTURA PRESS
 ?? FERNANDO MORENO/FUTURA PRESS ?? Manifestaç­ão. Agentes da Segurança Pública se queixam de parcelamen­tos desde 2016 e cobram perdas inflacioná­rias
FERNANDO MORENO/FUTURA PRESS Manifestaç­ão. Agentes da Segurança Pública se queixam de parcelamen­tos desde 2016 e cobram perdas inflacioná­rias

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