O Estado de S. Paulo

Bolsonaro (foto) e Skaf se aproximam em SP.

Presidenci­ável do PSL e pré-candidato ao governo pelo MDB conversam sobre eventual articulaçã­o no Estado, maior colégio eleitoral do País

- Igor Gadelha Leonêncio Nossa / BRASÍLIA Pedro Venceslau

O deputado Jair Bolsonaro (RJ), presidenci­ável do PSL, e o empresário Paulo Skaf, précandida­to do MDB ao governo paulista, iniciaram uma aproximaçã­o para uma eventual aliança na disputa pelo Palácio dos Bandeirant­es. O PSL busca palanques regionais fortes para compensar falta de estrutura e capilarida­de nos Estados.

Bolsonaro vê em Skaf o único nome possível para uma composição no maior colégio eleitoral do País. “Não tenho abertura de conversa com o (João) Doria (pré-candidato do PSB) nem com o (Márcio) França (governador e pré-candidato à reeleição, do PSB). Então, o Skaf era o único nome em São Paulo que eu poderia conversar”, disse o presidenci­ável do PSL ao Estado. “Eu gostei dele e acho que ele também gostou de mim.”

As conversas com o emedebista ocorrem em paralelo ao esforço do grupo de Bolsonaro em formar uma frente supraparti­dária. A ideia original da legenda em São Paulo era lançar a candidatur­a da advogada Janaína Pascoal, nome considerad­o “competitiv­o” por Bolsonaro por ela ter sido uma das signatária­s do impeachmen­t da presidente cassada Dilma Rousseff na Câmara. Como Janaína declinou do convite, Bolsonaro ficou sem opções em São Paulo, que possui cerca de 33 milhões de eleitores.

Na mais recente pesquisa Ibope/Band de intenção de voto no Estado, divulgada no dia 28 de maio, Bolsonaro apareceu na liderança com 19% ante 15% do ex-governador Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB.

Cautela Aliados de Skaf avaliam reservadam­ente que a aliança poderia dar a Skaf um palanque com a presença de dois presidenci­áveis: o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles e Bolsonaro, além reforçar o discurso da segurança pública – principal mote do presidenci­ável do PSL.

O nome de Bolsonaro, porém, sofre forte resistênci­a dos partidos do “centro” que, como o MDB, querem evitar uma polarizaçã­o entre ele e a esquerda na campanha.

Skaf, que se licenciou ontem da presidênci­a da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), tem tratado o assunto com cautela: não quer fechar a porta para um acordo, mas também teme melindrar o Palácio do Planalto, Meirelles e outros potencias aliados.

Ainda não está claro para Skaf o impacto de uma eventual aliança, mas o pré-candidato do MDB falou do assunto recentemen­te com o deputado federal Major Olímpio, presidente do PSL paulista. “Eu conversei com Skaf como presidente do PSL e naturalmen­te a eleição paulista entrou no assunto. Pode ser uma vantagem para o Bolsonaro ter uma palanque forte em São Paulo. Para nós é um ponto de honra vencer o PT e o PSDB no Estado”, disse Olímpio.

Procurado por meio de sua assessoria, Skaf disse que não iria se manifestar.

Segundo o presidente do MDB paulista, deputado federal Baleia Rossi, Skaf está cuidando pessoalmen­te das alianças em torno da chapa majoritári­a, enquanto a direção estadual da proporcion­al. “Não falo sobre o que não aconteceu”, afirmou Rossi. Até o momento, o MDB não fechou aliança com nenhum partido em São Paulo.

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