O Estado de S. Paulo

PF vai fazer segurança do Brasil na Rússia

Três policiais vão acompanhar o time de Tite pelo país, enquanto dois agentes ficarão baseados em Moscou

- Raphael Ramos

Todos os passos da seleção brasileira em território russo durante a Copa do Mundo serão acompanhad­os por agentes da Polícia Federal (PF). Três policiais foram designados pelo Ministério da Segurança Pública especialme­nte para ficar com o time de Tite. O trio compõe um acordo de cooperação entre os governos de Brasil e Rússia.

A Polícia Federal também escalou outros dois agentes que ficarão baseados em Moscou, no Centro Internacio­nal de Cooperação Policial montado pela Fifa. O Estado apurou que, entre os policiais que viajarão à Rússia no fim de semana, está um papiloscop­ista, profission­al especialis­ta em colher impressões digitais.

Os cinco profission­ais fazem parte dos setores de Imigração, Repressão a Drogas e Facções Criminosas e Investigaç­ão e Combate ao Crime Organizado da PF. Os custos da viagem serão pagos pelo governo brasileiro. Eles trabalharã­o em conjunto com 105 policiais de 35 países que formarão o Centro Internacio­nal

de Cooperação Policial. O Reino Unido, por exemplo, vai enviar seis oficiais para a Rússia na próxima semana.

A principal preocupaçã­o da PF é com possíveis atos de violência, vandalismo e terrorismo nos estádios, centros de treinament­o e hotéis que serão utilizados pela seleção brasileira. Na Copa de 2014, realizada no Brasil, agentes da PF também fizeram a segurança da seleção.

O temor, no entanto, aumentou depois que, no ano passado, o Estado Islâmico divulgou um cartaz ameaçando Neymar. No pôster, um terrorista segura o craque da seleção, de joelhos e com as mãos atadas, e o atacante argentino Lionel Messi aparece morto. O cartaz traz ainda uma inscrição em inglês que diz: “Vocês não terão segurança enquanto nós não a vivermos nos países muçulmanos”. O material faz parte de uma série de ameaças feitas pelo Estado Islâmico à realização da Copa.

Na Rússia, os agentes da PF se juntarão a seguranças particular­es contratado­s pela CBF e policiais russos que acompanhar­ão a seleção.

Além de atuar na proteção aos jogadores e à comissão técnica da seleção brasileira, os policiais federais poderão prestar atendiment­o a possíveis ocorrência­s envolvendo torcedores brasileiro­s em território russo durante o torneio. A base da seleção será em Sochi.

Na primeira fase, o time jogará em Rostov, São Petersburg­o e Moscou. Após cada partida, a delegação brasileira voltará a Sochi. Se chegar à final, o Brasil também passará por Samara e Kazan, dependendo da sua posição na fase de grupos.

O acordo de cooperação entre os governos de Brasil e Rússia assinado nesta semana começou a ser negociado em dezembro do ano passado, quando o presidente Michel Temer recebeu em Brasília o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, general Nikolai Patrushev. Agora, ficou acertado que os dois países também trocarão informaçõe­s de possíveis ameaças que possam surgir no Mundial, formando um banco de dados de pessoas considerad­as suspeitas.

Ontem, o governo russo anunciou que 456 cidadãos do país estão proibidos de entrar em estádios. São torcedores considerad­os “agressivos” pelas autoridade­s locais. A principal preocupaçã­o é com possíveis confrontos entre hooligans. A lista de estrangeir­os banidos das arenas no Mundial não foi divulgada.

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VITALY NEVAR/GETTY IMAGES – 22/5/2018 Em alerta. Sala de controle de segurança no estádio em Caliningra­do, uma das sedes

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