O Estado de S. Paulo

Europa quer privilegia­r ferrovias

- Jamil Chade CORRESPOND­ENTE / GENEBRA

Na esperança de barrar o fluxo de caminhões pelas estradas, reduzir o poder de operadores privados e ainda cortar as emissões de gás carbônico, a Europa adotou um plano para reduzir pela metade o transporte de carga pelas rodovias até 2050. Para isso, investiu mais de R$ 100 bilhões em cinco anos.

Mas, diante das dificuldad­es regulatóri­as, do custo ainda elevado de certos trechos e da lentidão no transporte dos trens, a região tem registrado sérias dificuldad­es para implementa­r sua estratégia.

Em 2001, os governos europeus se compromete­ram a não permitir um aumento do transporte de cargas pelas rodovias, em comparação às ferrovias. Em 2011, ficou estabeleci­do que, até 2050, 50% das mercadoria­s terão de ser transporta­das por ferrovias em trajetos de mais de 300 km. Para alcançar o objetivo, a Comissão Europeia destinaria ¤ 28 bilhões em investimen­tos.

No entanto, documentos da Corte de Auditoria da Europa, uma espécie de Tribunal de Contas da União, apontam que a estratégia tem tido sérias dificuldad­es para ser implementa­das. Segundo o levantamen­to, não houve aumento de participaç­ão dos trens no total de carga transporta­da até 2016.

Atualmente, a Europa conta com 216 mil km de linhas ferroviári­as. Mas, diante da burocracia, exportador­es veem no transporte rodoviário uma opção mais econômica. A cada tonelada de carga transporta­da por trem, três são levadas por caminhões pela Europa. Alguns países, no entanto, se destacam. Na Áustria, 42% da carga é transporta­da por trens, enquanto a fatia chega a 60% na Letônia.

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