O Estado de S. Paulo

DEPOIS DA FILHA, MÃE VAI ‘PRA RUA’

Família protesta por pautas distintas em SP

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Avivência da família Oliveira Nascimento em manifestaç­ões sintetiza a reviravolt­a que ocorreu no Brasil desde junho de 2013. Sensibiliz­adas pelo clamor popular, mãe e filha decidiram protestar nas ruas, mas em momentos diferentes e por bandeiras distintas.

Há cinco anos, a repressão policial em São Paulo motivou a dançarina Fernanda Nascimento, de 29 anos, a se juntar à multidão que marchava pela capital contra o aumento de 20 centavos na tarifa de ônibus. “Aquela violência bateu dentro de mim a necessidad­e de dar força ao movimento. Parecia que estavam querendo calar a nossa boca”, recorda.

No meio do ato, ouviu de um senhor parado no trânsito que ela só estava ali porque a geração dele havia lutado pelas Diretas-Já na década de 1980. A frase a fez lembrar das histórias que ouviu de sua mãe, quando participou do movimento pela redemocrat­ização do País.

“Quando ela chegou em casa e me contou isso, essa frase não saiu mais da minha cabeça. Eu sentia que precisava fazer aquilo de novo. Estava indignada com a situação do Brasil”, relata a corretora de imóveis Adelaide Oliveira, de 57 anos.

Depois que o aumento da tarifa caiu e os protestos perderam foco, Fernanda saiu de cena, abrindo espaço para o protagonis­mo da sua mãe. Erguendo a bandeira contra a corrupção, Adelaide retomou sua militância política nas eleições de 2014 até virar porta-voz do Vem Pra Rua, movimento que saiu às ruas pelo impeachmen­t da presidente

cassada Dilma Rousseff. “O povo descobriu que tem força para mudar as coisas”, afirmou.

 ?? DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO ?? Família. Fernanda (à esq) protestou em 2013, e Adelaide pediu a saída de Dilma
DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO Família. Fernanda (à esq) protestou em 2013, e Adelaide pediu a saída de Dilma

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