O Estado de S. Paulo

BC pode ir além do Cade em análise de XP e Itaú

- COM DAYANNE SOUSA E ALTAMIRO SILVA JÚNIOR

Aaprovação da compra de uma fatia de 49% da XP pelo Itaú Unibanco esbarra em fortes resistênci­as dentro do Banco Central, que cogita a aplicação de exigências mais rígidas do que os remédios adotados pelo Conselho de Defesa Econômica (CADE) para sancionar a transação. Nesse momento, há dúvidas até em relação à aprovação da aquisição embora as instituiçõ­es envolvidas confiem num desfecho positivo. Dentre as exigências que estariam sendo considerad­as pelo órgão, estão limitações à expansão da XP, o que seria um balde de água fria nos planos do Itaú, que concordou em desembolsa­r R$ 6,3 bilhões por metade da corretora. Pelo negócio, fechado em maio do ano passado, a partir de 2024, os atuais sócios da XP podem vender o controle para o Itaú.

Linha dura.

Diferente do Cade, o BC não tem data para bater o martelo sobre a transação, mas havia expectativ­a de um resultado ainda este mês. Em março último, a aquisição foi aprovada com exigências pelo Cade e duras críticas da conselheir­a Cristiane Alkmin, quanto aos riscos impostos ao consumidor final, dado o comprometi­mento que o negócio impõe à desbancari­zação. Semana passada, ela solicitou que o BC barre a transação. Comenta-se no mercado que os argumentos de Cristiane, crítica a fusões e aquisições no setor bancário, podem estar fazendo eco dentro do órgão. Itaú, XP, e BC não comentaram.

O Commerzban­k, segundo maior banco da Alemanha, nomeou Ronaldo Cezário Correa para ocupar o cargo de presidente da instituiçã­o no Brasil. Após passar por várias posições no Banco do Brasil, Correa era o responsáve­l pela área de risco do alemão. Em sua nova função, seguirá com a responsabi­lidade da gestão de riscos. Correa substitui Harald Lipkau, que comandou o banco desde o início de suas operações no País, em 2016.

A Via Varejo, dona das Casas Bahia e Pontofrio, fez cortes na alta diretoria. A informação que circula entre fornecedor­es é a de que seis diretores executivos, que se reportavam ao presidente, teriam sido desligados, sendo que o mercado especula que ao menos um deles siga para o controlado­r, o Grupo Pão de Açúcar (GPA).

Procurada, a Via Varejo diz que “com o objetivo de melhorar a experiênci­a de compra dos clientes, integrou suas áreas de operações, vendas, comercial e logística em uma só estrutura”. Afirmou ainda que essa reorganiza­ção “além de tornar a companhia mais ágil e eficiente, vai proporcion­ar um ambiente mais apropriado à estratégia de transforma­ção digital”.

A Via Varejo passou recentemen­te por uma troca de comando, com a saída de Peter Estermann da presidênci­a para comandar o GPA. Flavio Dias assumiu a varejista numa transição concluída em abril.

Batismo.

A Gestora de Inteligênc­ia de Crédito (GIC), birô de crédito dos grandes bancos, já tem marca comercial. Vai se chamar Quod. O lançamento, que está sendo guardado a sete chaves, ocorre nesta semana, durante o Ciab, tradiciona­l evento de tecnologia bancária, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Calendário.

A Quod deve estar operaciona­l até o final deste ano. Na prática, o birô dos grandes bancos vai concorrer com players tradiciona­is deste setor como Boa Vista SCPC, Serasa Experian e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Além da ofensiva aos pesos pesados do setor financeiro, a Quod chega numa boa hora em meio à aprovação do cadastro positivo, que até agora não decolou no Brasil.

Pra Copa.

Com a data dos primeiros jogos da Copa se aproximand­o, mais brasileiro­s buscam por promoções para trocar sua TV, segundo estudo do Cuponomia, que reúne ofertas e cupons de desconto para compras online. A procura por aparelhos cresceu 30%, conforme o site, que registrou 65% mais cupons de desconto resgatados.

Sacoleiros.

O preço mais em conta para comprar roupas no exterior do que no território nacional faz com que itens de vestuário estejam na preferênci­a dos brasileiro­s. Lojas de roupas e de departamen­to respondem por 26% dos gastos desse público em viagens internacio­nais. Serviços de entretenim­ento como cinema, teatro e parques de diversão vêm em seguida, com 25%, conforme ranking da Agillitas, especializ­ada em cartões pré-pagos.

Orçamento.

O tíquete médio de gastos por dia dos brasileiro­s variou de R$ 80,00 a R$ 150,00 durante o período da pesquisa, feita com base nos cartões pré-pagos internacio­nais ativos comerciali­zados de novembro de 2017 a março de 2018.

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ANDRE DUSEK/ESTADAO
 ?? RALPH ORLOWSK/REUTERS-9/2/2017 ??
RALPH ORLOWSK/REUTERS-9/2/2017
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FABIO MOTTA/ESTADÃO-14/5/2018

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