Síndrome do pequeno poder é definida como autoritarismo
De acordo com a Psicologia, a síndrome do pequeno poder é definida como uma atitude de autoritarismo por parte de um indivíduo que, ao receber um poder, usa de forma imperativa sem se preocupar com os problemas que possa vir a causar.
É uma síndrome que causa mútuo sofrimento: para quem tem e para as pessoas ao seu redor. Ocorre uma distorção da realidade pelo indivíduo que, em geral, tem problemas de autoestima.
Um profissional que assume posição de liderança sem confiar em suas próprias habilidades pode vir a ter o problema. Nesse caso, é muito comum ouvirmos que “a partir do momento que o colega de trabalho ocupou um cargo de gestão passou a ser prepotente e autoritário.”
E para os que estão próximos, não é nada simples conviver com quem não tem consciência dos limites de seu poder. É comum haver desgastes no relacionamento interpessoal, em função dos excessos de uma relação desrespeitosa. Desmotivação, frustração e falta de colaboração passam a ser facilmente percebidas na equipe.
Há alguns dias conversava com profissionais de diversas áreas de atuação sobre a postura dos que usam o crachá como um instrumento de poder.
Na nossa conversa surgiram exemplos, como os que agendam reuniões e deixam seus convidados esperando por mais de uma hora, sem justificativa alguma.
Há também os telefonemas sem retorno; e-mails sem respostas; uso indevido do crachá; questionamentos do tipo “você sabe com quem está falando?”, dentre outros.
Tais atitudes também demonstram falta de respeito e educação. Cabe ressaltar que essa postura não é privilégio apenas de gestores, assim como de profissionais que não ocupam posições de liderança e também se contaminaram pela “virose”.
Ainda temos os que usam o nome da empresa como se fosse o seu “sobrenome” e não sabem lidar com a perda súbita de poder, quando deixam de ter um crachá. A partir daí é comum que se sintam isolados, sem apoio dos colegas de trabalho e voltem a procurar justamente as pessoas que “um dia evitaram ou não atenderam”.
Pode ser que desta forma alguns aprendem que devem trocar o pedantismo pela humildade. Estamos vivendo em uma era de grandes mudanças no que se refere às relações de trabalho, onde cada vez mais profissionais trabalham de forma autônoma. Aqueles que se deixarem contaminar por essa síndrome podem vir a comprometer a sua empregabilidade no futuro, rede de relacionamento e até mesmo sua trajetória de carreira.
Construir relacionamentos embasados nesses pequenos poderes não é liderança, além de não ser uma relação sustentável. Quando o poder sobe à cabeça desses profissionais eles acabam não influenciando positivamente ninguém, apenas dão ordens.
A falta de maturidade emocional para lidar com posições de poder, seja em qualquer nível hierárquico, pode comprometer a produtividade da equipe, sua integração e os resultados da empresa. Na verdade, estamos diante de pessoas inseguras, que tem mania de autoridade, tentando demonstrar superioridade.
Desconheço um antídoto para a síndrome do pequeno poder, mas sugiro que, se você conviver com pessoas com essa característica, não se permita contaminar com a infelicidade dos que precisam de autoafirmação, tentando diminuir a autoestima do próximo.
Lidar com pessoas que tem esse transtorno comportamental não é fácil. Tenha uma boa conversa, com inteligência emocional e educação, não deixando que ultrapasse os limites do respeito.