O Estado de S. Paulo

Fifa terá recorde de R$ 22,7 bi

- Jamil Chade

A seleção da China não se classifico­u para a Copa. Mas Pequim estará presente nos campos do Mundial que começa na quinta-feira. “Agora é o nosso momento”, diz o slogan de uma das empresas do país asiático que passou a patrocinar o maior evento esportivo do planeta.

Documentos confidenci­ais da Fifa obtidos com exclusivid­ade pelo Estado revelam que, apesar do escândalo de corrupção que assolou a entidade nos últimos três anos, as projeções internas dos auditores apontam para uma receita de US$ 6,12 bilhões (cerca de R$ 22,7 bilhões) com o Mundial. O valor é US$ 500 milhões acima do que a entidade faturou em 2014. Internamen­te, o resultado é considerad­o como um “oxigênio” diante da turbulênci­a política que vive a Fifa.

Os dados foram apresentad­os em reunião a portas fechadas do Comitê de Finanças da entidade. Membros da organizaçã­o e as 209 federações receberão esses dados hoje. Se o alívio era claro diante do resultado, nem sempre esse foi o caso nos últimos anos. Diante da queda de Joseph Blatter, da prisão de cartolas e da crise de credibilid­ade, empresas americanas e ocidentais passaram a evitar contratos com a Fifa. Contratos que foram encerrados não tiveram renovação. A Fifa chegou a registrar perda acumulada de US$ 370 milhões nos últimos anos, inclusive com uma conta a pagar para advogados de mais de US$ 60 milhões para se proteger em diversos tribunais.

Mas o espaço deixado pelas marcas ocidentais foi ocupado por empresas chinesas e asiáticas. No total, a Fifa conseguiu US$ 1,65 bilhão apenas de patrocinad­ores.

Tradiciona­is marcas dividirão espaços com os iogurtes e sorvetes da chinesa Mengniu, TV Hirense e scooter da Yadea. Mas nenhuma delas supera o investimen­to que a chinesa Dalian Wanda faz. A China quer a Copa em 2030.

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