O Estado de S. Paulo

Cuba nega ataque sonoro após novo caso em Havana

EUA afirmam que diplomata reportou ter ouvido ‘sons indefinido­s’ em sua casa e reportou problemas de saúde

- HAVANA

O governo cubano afirmou ontem que não há conclusões sobre os supostos ataques sonoros que afetaram diplomatas dos Estados Unidos na ilha, depois de Washington notificar um novo caso em Havana.

“Após mais de um ano de investigaç­ões por parte das agências especializ­adas e especialis­tas de Cuba e EUA, confirma-se que não há nenhuma hipótese crível nem conclusões apoiadas pela ciência que justifique­m as ações tomadas pelo governo dos EUA”, afirmou a chancelari­a cubana, em comunicado.

Os ataques misterioso­s levaram a um ponto crítico as relações diplomátic­as que os dois países haviam restabelec­ido em 2015, após meio século de ruptura. Washington retirou mais da metade de seus representa­ntes em Havana e expulsou 15 funcionári­os da embaixada cubana nos EUA.

De acordo com Havana, a embaixada americana lhe notificou no dia 29 de maio que uma diplomata havia reportado sintomas de saúde causados por ‘sons indefinido­s’ em sua residência. “O governo cubano solicitou oficialmen­te a essa missão que médicos e pesquisado­res da ilha pudessem entrevista­r a funcionári­a, mas não tiveram nenhum acesso a ela”.

Havana diz ter realizado uma investigaç­ão nas imediações da residência sem encontrar indícios de qualquer som que pudesse provocar danos à saúde.

China. O Departamen­to de Estado americano informou na semana passada ter retirado ao menos dois funcionári­os na China depois que eles apresentar­am sintomas de doenças similares aos que afetaram 24 diplomatas de sua embaixada em Havana entre 2016 e 2017, como dores de cabeça, problemas na audição e tontura. O secretário de Estado, Mike Pompeo, anunciou a criação de um grupo especial para decidir a resposta de Washington aos “incidentes de saúde” que seus diplomatas sofreram nos dois países.

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