O Estado de S. Paulo

Um ensaio de guerra caro e difícil de interrompe­r

- Roberto Godoy É JORNALISTA

Não é fácil e não é barato interrompe­r o maior ensaio de guerra do mundo. O orçamento do exercício conjunto Ulchi Focus Guardian, realizado todos os anos nessa época pelas forças da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, é estimado em cerca de US$ 800 milhões. Mobiliza 50 mil militares sul-coreanos e perto de 20 mil americanos, cerca de 70% do efetivo de 32 mil combatente­s mantidos nas bases dos EUA no país.

O jogo simula as operações de comando, controle, inteligênc­ia, logística e emprego do pessoal em um cenário de conflito entre as duas Coreias. Mais ainda: desloca um ou às vezes dois porta-aviões nucleares e seus grupos de apoio, compostos de destróiere­s e cruzadores lançadores de mísseis. E, claro, dezenas de aviões – caças, cargueiros, eletrônico­s de vigilância.

Ontem, pouco mais de 12 horas depois do anúncio do presidente Donald Trump, em Cingapura, de que estava determinan­do o cancelamen­to da manobra, o Pentágono ainda não havia interrompi­do as provas. Segundo o secretário da Defesa americano, o general James Mattis, “não é simples reverter um movimento que consumiu meses de planejamen­to”. Em Seul, o ministro da Defesa, Song Youngmoo, afirmou que, “a princípio”, a manobra poderá seguir adiante apenas com os combatente­s da Coreia do Sul.

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