O Estado de S. Paulo

Ministros reagem à retirada de recursos para Segurança

Titulares das pastas de Cultura e Esporte divulgaram notas em que criticam medida anunciada por Temer

- Paulo Favero Julio Maria

Os ministros da Cultura, Sérgio Sá Leitão, e do Esporte, Leandro Cruz, reagiram ontem ao anúncio do governo federal de que o caixa do Ministério Extraordin­ário da Segurança Pública será reforçado com R$ 800 milhões advindos dos concursos de loteria. Hoje, parte da receita é destinada aos dois ministério­s.

“O porcentual, que era de 3%, poderá cair a partir de 2019 para 1% e 0,5%, dependendo do caso. Trata-se de uma decisão equivocada, que não tem o apoio do Ministério da Cultura”, escreveu Leitão. Mais tarde, foi a vez de Cruz: “É muito claro para todos nós que essa (Segurança Pública) é uma área que merece receber investimen­tos urgentes e prioritári­os do poder público. Mas nunca em detrimento do esporte, sabidament­e um forte aliado no combate à violência”.

Entidades ligadas aos esportes se mobilizara­m ontem e informaram que se articularã­o para tentar barrar a aprovação da medida provisória, que foi assinada anteontem pelo presidente Michel Temer e precisa passar pelo Congresso Nacional.

A diretora executiva da Atletas pelo Brasil, Louise Bezerra, estima que, com a MP, cerca de R$ 300 milhões deixarão de entrar no orçamento do Ministério do Esporte e outros R$ 200 milhões não serão mais repassados para as Secretaria­s Estaduais de Esporte, que, por sua vez, faz as transferên­cias para as prefeitura­s. “São esses recursos que garantem o acesso ao esporte no País e às políticas públicas”, diz.

Além disso, o Comitê Olímpico do Brasil deve perder R$ 11 milhões e o Comitê Paralímpic­o Brasileiro, R$ 6,3 milhões. Já o Comitê Brasileiro de Clubes, que atua na formação de atletas, perderá todo o orçamento: R$ 60 milhões. O Palácio do Planalto não se manifestou.

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