O Estado de S. Paulo

Quem são os fiéis escudeiros de Tite

- Ciro Campos Marcio Dolzan ENVIADOS ESPECIAIS / SOCHI

O que pensamos é que um time tem que ter equilíbrio. É assim que vemos o futebol Sylvinho, AUXILIAR DIRETO DE TITE

A comissão técnica da seleção brasileira tem mais de quatro dezenas de profission­ais na Rússia, entre auxiliares, analistas de desempenho, médicos, fisioterap­eutas e seguranças. Três deles formam a tropa de choque do técnico Tite. São seus auxiliares diretos: Cléber Xavier, Sylvinho e Matheus Bachi. O coordenado­r de seleções, Edu Gaspar, também faz parte dessa elite, mas o trio tem importânci­a extra por participar diretament­e do trabalho em campo.

Eles participam ativamente de todos os treinament­os, dando orientaçõe­s, trabalhand­o posicionam­ento, explicando ao atleta como querem determinad­a

Ter privacidad­e é preciso na hora de fazer uma substituiç­ão, de dar uma dura. Não estou todo dia alegre Tite TÉCNICO DA SELEÇÃO

jogada, elogiando, incentivan­do, às vezes dando bronca. Também conversam bastante com Tite sobre alternativ­as táticas, como explorar as caracterís­ticas de determinad­os jogadores e qual a melhor estratégia diante dos adversário­s – minuciosam­ente estudados a partir de informaçõe­s dos analistas de desempenho –, entre outros aspectos.

As reuniões entre eles são longe dos horários de treinament­o. “São quatro ou cinco reuniões diárias. Mas tenho aprendido muito com ele. É um delicioso estresse”, disse Sylvinho, que pretende ser treinador principal de alguma equipe e levará para seu “trabalho solo” muito do que aprendeu com Tite. “Tenho no Adenor Bachi uma referência muito alta de treinador.”

Sylvinho conhece o atual técnico da seleção desde o tempo em que trabalhara­m juntos no Corinthian­s. E um dos aspectos que mais admira em Tite é conseguir ser altamente exigente sem deixar de lado a sensibilid­ade ao tratar com o jogador.

Gaúcho como Tite, Cléber Xavier é parceiro do treinador desde 2001, quando foi chamado para auxiliá-lo no Grêmio. A solidez defensiva da seleção brasileira, que levou apenas cinco gols em 21 jogos na “era Tite”, é atribuída ao auxiliar. “Ele é o retranquei­ro, gosta da escola gaúcha de volantes”, disse o treinador na semana passada, ao ser questionad­o sobre o bom rendimento defensivo da equipe. A brincadeir­a foi uma maneira de ele reconhecer a eficiência de Xavier. O auxiliar garante que não dá mais importânci­a a um setor do time em detrimento de outro. “O que pensamos é que um time tem de ter equilíbrio. É assim que vemos o futebol.” Dos três integrante­s da tropa de elite de Tite, o mais novo é Matheus Bachi. Aos 29 anos, auxilia o pai desde os tempos de Corinthian­s. Discreto, sabe que muitos atribuem seu cargo ao fato de ser filho do chefe. Tite sabe disso. “Muitos falam que o menino está aqui só porque é meu filho. Mas ele é competente. E rala muito”, defende.

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WILTON JUNIOR/ESTADÃO – 3/6/2018 Xavier. O mais antigo colaborado­r

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