Após tragédia, Cuba reduz voos nacionais
Em nota, estatal Cubana de Aviación informa cancelamento e redução de rotas
A companhia Cubana de Aviación anunciou ontem a redução de seus voos nacionais, sem mencionar o motivo da decisão, tomada quase um mês após o acidente aéreo que matou 112 pessoas.
Uma nota oficial da companhia estatal, publicada pela imprensa cubana, afirma que os voos com destino às cidades de Camaguey, Moa, Manzanillo, Bayamo e Guantánamo foram cancelados. Também houve alteração nos voos entre Havana e as cidades de Holguín e Santiago de Cuba, que passaram de dois para apenas um por dia, “exceto aos sábados, quando não haverá voos” para estes destinos. O voo de Havana a Baracoa será semanal, apenas às terças-feiras. A companhia informou que os passageiros terão até um ano para receber o reembolso das passagens já tinham sido compradas.
No dia 18 de maio, um Boeing 737 alugado pela Cubana de Aviación, com 113 pessoas a bordo, caiu pouco depois de decolar do aeroporto internacional de Havana. A aeronave viajava da capital para Holguín quando caiu, por volta do meio-dia, deixando 112 mortos, entre eles 101 cubanos e 11 estrangeiros. A única sobrevivente, Mailén Díaz, de 19 anos, permanece internada em estado crítico.
O jornal oficial Granma informou ontem que prossegue a investigação do acidente com o Boeing 737 que tinha sido alugado da companhia mexicana Global Air. As autoridades do México suspenderam as operações da empresa para revisar as medidas de segurança de suas aeronaves.
Cuba justifica o aluguel de aviões estrangeiros pelas restrições do embargo americano, que impede o país de adquirir aeronaves e peças de reposição, embora boa parte de seus aviões seja de fabricação russa ou de outros países do Leste Europeu.
Fontes do governo cubano dizem que a situação da Cubana de Aviación é insustentável. A ilha tem um crônico déficit no transporte interno e a redução dos voos nacionais agrava ainda mais a situação.