O Estado de S. Paulo

Arquibanca­das lotadas em treino da Alemanha

- Gonçalo Junior ENVIADO ESPECIAL / MOSCOU

A tabela da Copa do Mundo indica que a estreia da Alemanha será apenas no domingo, diante do México. Mas o primeiro treino do time foi um aperitivo do fuzuê que os atuais campeões do mundo vão causar em sua passagem pelos estádios da Rússia.

Na atividade aberta ao público ontem, muitos torcedores ficaram de fora. As arquibanca­das acanhadas do Centro de Treinament­o das categorias de base do CSKA, nos arredores da capital russa, ficaram lotadas. Elas não eram lá essas coisas, capacidade pequena, e não coube todo mundo. Boa parte das vagas nas arquibanca­das foi destinada para cerca de 300 crianças da Escola Alemã de Moscou.

Muitos torcedores não conseguira­m entrar e ficaram esperando do lado de fora, pela saída do ônibus, para conseguir um autógrafo ou uma selfie. Desvios de trânsito nas proximidad­es do CT, grande contingent­e de policiais e certa afobação dos voluntário­s da Fifa para fazer tudo certo completara­m o clima de um treino que mais se pareceu com uma partida. Torcida brasileira. No meio das crianças alemãs que comemorava­m até toque de letra e que correram atrás do goleiro Neuer e do técnico Joachim Löw para pedir autógrafo, duas falavam português. São as gêmeas Lara e Nina Hasbach, de 13 anos. Elas nasceram na Alemanha, têm pai alemão, mãe brasileira e moram em Moscou.

Nessa mistura, o fiasco do Brasil em 2014 sempre vem à mesa. “Aquele jogo do 7 a 1 é um tema que sempre aparece nas nossas conversas. Meu pai fala disso em qualquer assunto. Minha mãe fala que o Brasil vai ser campeão em cima da Alemanha para dar o troco”, diz Lara. “Eu me sinto dividida. Não sei para quem torcer. Torço para os dois”, diz a irmã.

As duas estavam radiantes, pois foram ouvidas por emissoras de TV do mundo todo. “Estou gostando de dar entrevista. Parece que sou uma celebridad­e”, comenta Nina.

Na entrevista coletiva após o treino, o técnico Joachim Löw afirmou que ainda é cedo para pensar nos temas das conversas da família Hasbach, os confrontos entre Brasil e Alemanha. Questionad­o se pensa na Sérvia ou somente no Brasil, por causa do cruzamento entre os grupos Ee F, o treinador disseque pensa no torneio como um todo neste momento.

“Não posso dizer que vamos enfrentar o Brasil. Eles (a Sérvia) fizeram uma boa qualificaç­ão, a Suíça também. O Brasil é favorito desse grupo, mas não há dúvidas de que estamos observando todos”, disse.

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