O Estado de S. Paulo

Em busca da taça que falta

Multicampe­ões em seus clubes, atletas do Brasil querem a Copa no currículo

- Ciro Campos Leandro Silveira ENVIADOS ESPECIAIS / SOCHI

Não será pela falta de costume em dar voltas olímpicas que a seleção brasileira deixará a Rússia sem conseguir faturar o seu sexto mundial. Com a maior parte do grupo convocado por Tite em grande fase, o treinador tem à disposição 19 jogadores que foram campeões nos últimos 12 meses. Não têm, porém, o título mais importante, o da Copa, alvo principal de suas carreiras.

O batalhão de campeões que o técnico do Brasil pode escalar na competição traz um componente importante: saber ganhar, algo fundamenta­l em um torneio de tiro curto, com apenas sete jogos e um mês de disputa como a Copa do Mundo. E isso tem sido costumeiro com Tite, que só perdeu um dos 21 jogos em que dirigiu a seleção.

“A gente chega em um momento em que poderíamos falar como perfeito, com jovens de muita disposição e também com jogadores com certa rodagem”, avaliou o goleiro Alisson. Ele é um dos quatro jogadores convocados por Tite que não levantaram taças nos últimos 12 meses. Além dele, outros que não levantaram a taça são o zagueiro Miranda, o meia Renato Augusto e o atacante Roberto Firmino, finalista da Liga dos Campeões nesta temporada.

A rotina de conquistas dos jogadores da seleção também passa pela presença deles em clubes que brilharam na última temporada europeia. O Manchester City, que cedeu quatro jogadores para Tite, dominou o futebol da Inglaterra, assim como o Paris Saint-Germain na França, com Thiago Silva, Neymar e Marquinhos, e o Shakhtar Donetsk na Ucrânia, que teve Taison e Fred, recém-adquirido pelo Manchester United.

Há também os jogadores dos outros três gigantes da Espanha convocados por Tite, todos campeões na temporada 2017/2018, e os três únicos jogadores do futebol brasileiro, o gremista Pedro Geromel, campeão da Libertador­es, e os corintiano­s Cássio e Fagner, que levaram o Campeonato Brasileiro.

Ainda mais importante, muitos dos convocados foram fundamenta­is em conquistas. É o caso de Neymar, eleito o melhor jogador do Campeonato Francês mesmo tendo encerrado a sua participaç­ão no torneio, por lesão, no fim de fevereiro, Marcelo, titular absoluto no Real Madrid, Philippe Coutinho, que conquistou seu espaço no poderoso ataque do Barcelona, Cássio,

herói do título paulista do Corinthian­s. Isso reforça a sensação de que a seleção não depende apenas de um nome. “Equilíbrio é uma das coisas que faz a seleção brasileira ter um grande desempenho”, explicou o volante Paulinho.

Porém, com o jejum de 16 anos do Brasil sem Mundiais, o grupo que está na Rússia não possui jogadores que conquistar­am uma Copa. Há seis remanescen­tes do fracasso em 2014. Até por isso, a vontade de dar uma nova volta olímpica, em 15 de julho, é ainda maior.

“Todos têm uma vontade gigante de vencer. Estamos trabalhand­o forte para isso durante toda a temporada. Chegar a este momento é um sonho para nós e a vontade de ganhar é a nossa maior arma”, disse Alisson, esperanços­o em conquistar o maior título da sua carreira.

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WILTON JUNIOR/ESTADÃO Pra valer. Seleção brasileira treina em Sochi antes da estreia contra a Suíça

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