O Estado de S. Paulo

Rússia e Arábia: estreia com cara de decisão

- Glauco de Pierri ENVIADO ESPECIAL / MOSCOU

O primeiro jogo da Copa do Mundo já tem cara de decisão – Rússia e Arábia Saudita entram em campo às 12h (horário de Brasília) no estádio Lujniki, em Moscou, e devem partir para o ataque. Isso porque russos e árabes sabem que Uruguai e Egito são os favoritos para as duas vagas nas oitavas de final da competição pelo Grupo A – uma derrota na estreia poderá acabar com qualquer chance de classifica­ção. A partida será apitada pelo argentino Néstor Pitana e poderá ser a primeira a utilizar o Árbitro Assistente de Vídeo (VAR, na sigla em inglês) na competição da Rússia.

Antes, às 11h30 (Brasília), deve começar uma enxuta cerimônia de abertura, com poucos shows (veja no quadro) e a presença de pouco mais de 20 chefes de Estado. Entre eles, o presidente do Azerbaijão, Ilkham Aliev, de Ruanda, Paul Kagame, da Bolívia Evo Morales, além dos primeiros-ministros do Líbano, Saad Hariri, e da Armênia, Nikol Pashinian. Além, é claro, do anfitrião, o presidente Vladimir Putin.

Além de terem a pior colocação no ranking da Fifa no Mundial, Rússia e Arábia precisam também vencer a desconfian­ça de seus torcedores. Sem vitórias há sete partidas, a Rússia – cuja melhor participaç­ão em Copas foi o 18.º lugar em 1994, nos EUA – pede uma chance de mostrar ao torcedor que a equipe pode avançar para as oitavas. “Sabemos que nós representa­mos um povo, uma nação que se preparou para essa festa. E nós também nos preparamos muito para chegar até aqui. Agora é a hora de nos unirmos e entregarmo­s o nosso melhor dentro de campo”, avaliou o técnico Stanislav Cherchesov.

Ele deverá mandar a campo como titular o lateral-direito brasileiro Mário Fernandes, que no Brasil teve boas passagens por São Caetano e Grêmio e hoje, naturaliza­do russo, atua no CSKA Moscou.

“Queremos que a torcida venha para o jogo e nos ajude a vencer. Que seja feita uma grande festa e que a gente consiga um bom resultado”, afirmou o treinador. Um dos mais experiente­s do time, o meia Aleksander Samedov, foi direto: “Nós vamos ganhar o jogo de estreia”, disse o atleta de 33 anos.

Estilo saudita. O técnico da Arábia Saudita, o argentino naturaliza­do espanhol Juan Antonio Pizzi, afirmou que sua equipe tentará manter a posse de bola no duelo de estreia. “O meu estilo de competir é aproveitar cada momento com a bola, cada situação, e tratar de me impor mediante a tomar a iniciativa, que se consegue por meio da posse de bola.”

“Cada rival tem caracterís­ticas diferentes. Vamos tomar a iniciativa contra a Rússia, tratando de encontrar seus defeitos e barrar suas virtudes. Nossa grande ambição neste difícil grupo é a Rússia. Só depois desse jogo é que vamos saber quais são nossos verdadeiro­s objetivos”, comentou Pizzi, que nas Eliminatór­ias Sul-americanas dirigiu a seleção do Chile – que não conseguiu se classifica­r para esse Mundial.

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