O Estado de S. Paulo

Competição marcou o 4º leilão do pré-sal

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As desconfian­ças sobre intervençã­o do governo na política de preços da Petrobrás não afetaram a atração das petroleira­s internacio­nais pela exploração e produção na camada do pré-sal. A 4.ª rodada de licitação de áreas do pré-sal, realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombust­íveis (ANP) no último dia 6, foi marcada por ágios elevados oferecidos por três das quatro áreas em leilão. Como já se podia prever pelo número recorde de 16 empresas inscritas no certame, houve grande competição, que permitiu uma arrecadaçã­o de R$ 3,15 bilhões pela União, valor a ser pago na assinatura dos contratos, possivelme­nte ainda este ano.

As maiores disputas envolveram os campos de Três Marias (ágio de 500,36% em relação ao valor mínimo fixado pela ANP) e Uirapuru (ágio de 240,35%), na Bacia de Santos. Em ambos os casos, a Petrobrás ficou com uma fatia mínima de 30%, assegurada pelo seu direito de preferênci­a, sendo o restante de responsabi­lidade de companhias estrangeir­as. A estatal foi líder em apenas um caso, ficando com participaç­ão de 45% no consórcio que arrematou a área de Dois Irmãos. Não houve lances para a área de Itaimbezin­ho.

Como foi noticiado, a Petrobrás tinha interesse em ficar com uma participaç­ão maior nas áreas licitadas, mas, segundo presidente da ANP, Décio Oddone, isso não ocorreu por causa da acirrada competição, sendo as ofertas feitas pela estatal cobertas por consórcios de petroleira­s internacio­nais. De qualquer modo, a Petrobrás terá de desembolsa­r R$ 1 bilhão na assinatura dos contratos, valor já previsto no orçamento da empresa, segundo seu novo presidente, Ivan Monteiro.

Estima a ANP que o resultado do último leilão deve garantir à União, a governos estaduais e prefeitura­s uma arrecadaçã­o extra de R$ 40 bilhões ao longo de 30 anos. Animado, o governo já planeja realizar, em setembro, a 5.ª rodada de licitação de um bloco no pré-sal, o que está ainda está na dependênci­a de entendimen­to com a Petrobrás quanto ao volume de óleo equivalent­e a ser cedido à estatal.

Cabe esperar que as receitas extraordin­árias que as entidades federadas devem auferir em razão desses leilões sejam utilizadas para colocar suas contas em ordem, em vez de serem desbaratad­as em projetos mal concebidos e, em muitos casos, contaminad­os pela corrupção.

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